O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rebateu a reação negativa do setor financeiro após o anúncio do corte de gastos pelo governo federal, em discurso feito durante inauguração de uma fábrica de celulose em Ribas do Rio Pardo (MS), nesta quinta-feira (5). Também participaram do evento a ministra de Planejamento, Simone Tebet, e o ministro Rui Costa, da Casa Civil.
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Lula citou a pesquisa Quaest, divulgada nesta quarta (4), que mostrou um índice de rejeição de 90%, e afirmou que sua política econômica vai continuar com foco no crescimento do poder de consumo da população.
“É esse país que vou entregar, como entreguei em 2010, com a economia crescendo. Nós vamos entregar a economia crescendo, o povo consumindo, o mercado reclamando e as empresas que investem na produção fazendo investimento concreto’, declarou o presidente.
Lula ainda respondeu diretamente à pesquisa com uma visão positiva. “Ontem, saiu uma pesquisa que 90% do mercado, daqueles que compõem a Faria Lima, são contra o meu governo. Eu já ganhei 10%, porque nas eleições eles eram 100% contra. Já cresci”, completou.
O presidente também rebateu a diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, que afirmou em janeiro de 2023 que o PIB do Brasil cresceria apenas 0,8%. De acordo com dados do IBGE, o Produto Interno Bruto avançou 0,9% no primeiro trimestre.
"Não conhece o Brasil"
“No meio de janeiro de 2023, a diretora-geral do FMI, que deve saber de tudo, menos economia, foi me dizer que a economia brasileira iria crescer em 2023 apenas 0,8%. Eu disse para ela: ‘Minha senhora, a senhora pode conhecer muito do FMI, mas a senhora não conhece do Brasil'", disse o presidente.
Lula ainda acrescentou um comentário sobre a perspectiva de crescimento para este ano. “Agora, outra vez, algumas pessoas do mercado começaram a anunciar e alardear na imprensa que a economia brasileira não ia crescer mais do que 1,5%. E, para a nossa bela sorte, a economia brasileira vai crescer neste ano 3,5%. E, se tomar cuidado, pode chegar a 4%. Um dos maiores crescimentos de todos os países do mundo", finalizou.
Ministros também criticam mercado e defendem governo
No evento desta quinta (5), os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Simone Tebet (Planejamento) também rebateram a reação negativa do mercado e saíram em defesa das medidas econômicas anunciadas pelo governo federal.
“Eu não posso acreditar que, em um governo bem avaliado como esse, que 90% do tal do mercado avalie como um governo ruim. Isso não é imparcialidade. Isso é jogar contra o país. Quem joga contra o país, quer ajudar a afundar o país”, declarou Tebet.
Já Rui Costa saiu em defesa do anúncio da isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil. “Se moramos num condomínio, onde todos pagam o condomínio, e quem mora na cobertura, com piscina, não paga, é importante que ele pague. Então o presidente enviou ao Congresso uma medida para aqueles que precisam do dinheiro para encher o carrinho no mercado, a isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil”, disse o ministro.
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