Sujo, Tarcísio faz dobradinha com a Folha, paga por Nunes, para implicar voto do PCC em Boulos

Dobradinha de Tarcísio, cortejado pela Globo para a terceira via, e Folha, que recebeu R$ 3 milhões para publicar bajulações a Ricardo Nunes, equipara-se à canalhice de 1989, quando sequestradores de Abílio Diniz surgiram em fotos com camisetas do PT quando Lula disputava a Presidência

Tarcísio ao lado de Nunes na entrevista sobre o PCC e, em seguida, em card da Folha nas redes.Créditos: Reprodução / Rede X
Escrito en ELEIÇÕES 2024 - APURAÇÃO el

Cortejado pela mídia liberal para ser o candidato da "direita cheirosa" na terceira via contra Lula em 2026, o governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) fez uma jogo sujo com a Folha de S.Paulo, que recebeu R$ 3 milhões da prefeitura paulistana para publicar matérias pagas bajulando Ricardo Nunes (PSDB), no dia da eleição.

De forma criminosa, suja e sem apresentar quaisquer provas, o governador paulista, em entrevista ao lado de Nunes, afirmou que "teve um salve" do Primeiro Comando da Capital, o PCC, organização criminosa que tem vasta ligação com esquemas na prefeitura de São Paulo.

"A gente vem alertando isso há muito tempo. Nós fizemos um trabalho grande de inteligência, temos trocado informações com o Tribunal Regional Eleitoral para que providências sejam tomadas", emendou Tarcísio.

Em seguida, um jornalista da Folha fez a dobradinha, indagando o governador sobre qual seria o candidato indicado pelo PCC em São Paulo. O bolsonarista neofacista respondeu de bate pronto: "Boulos", sem apresentar quaisquer provas.

Rapidamente, o jornal da família transformou a declaração em uma publicação safada para lacrar nas redes sociais: "Tarcísio afirma que PCC orientou voto em Boulos", diz o card, com foto de um sorridente Tarcísio.

A canalhice do jornal da família Frias foi tamanha, que ao repercutir a declaração com o candidato do PSOL, o próprio folhetim diz que "Tarcísio diz sem apresentar provas que PCC orientou voto em Boulos".

A Folha ainda contou com a parceria do portal Metrópoles, que no dia anterior, na coluna de Paulo Cappelli, publicou: "PCC: bilhetes interceptados mostram indicações de voto em São Paulo". Foi de um jornalista do site de onde partiu a pergunta, que foi disseminada rapidamente em vídeo nas redes.

Cumplicidade

O texto diz que uma das mensagens "foi localizada no dia 10 de outubro, já no segundo turno das eleições, na Penitenciária II de São Vicente", sem questionar o motivo de ser tornada pública um dia antes da votação em segundo turno.

Após relatar que um dos comunicados contraindicando voto na candidata bolsonarista em Santos, Rosana Valle (PL), e que "o motivo seria o alinhamento com o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite", o Metrópoles cita outros "quatro comunicados com indicações de voto na chapa formada por Guilherme Boulos (PSOL) e Marta Suplicy (PT) na disputa pela Prefeitura de São Paulo".

Segundo o site, "os bilhetes manuscritos foram apreendidos em setembro, antes do primeiro turno das eleições em São Paulo" - novamente sem levantar a questão sobre o motivo que teriam sido tornados públicos só agora.

Em seguida, o Metrópoles cita um outro comunicado "localizado no dia 11, na Penitenciária II de Presidente Venceslau, onde o líder do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, esteve preso entre 2006 e 2019", sem dar detalhes.

O site também ignora que justamente o ex-cunhado de Marcola, Eduardo Olivatto é Chefe de Gabinete da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (SIURB) e está sendo investigado por supostamente pressionar e coagir funcionários terceirizados da prefeitura a votarem no atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) nas eleições municipais. 

Olivatto ainda estaria à frente de um esquema criminoso em contratos emergenciais milionários celebrados entre a secretaria de obras e empresas ligadas a Ricardo Nunes.

A mão nem tão oculta de Bolsonaro

A jogada suja e canalha entre Tarcísio, Folha de S.Paulo, Metrópoles e Ricardo Nunes, ainda contou com a ajuda de um integrante da cota de Jair Bolsonaro (PL) no governo de São Paulo.

Os comunicados foram vazados - ou seria criados? - pela Secretaria de Administração Penitenciária, que é comandada pelo coronel Marcello Streifinger que é ligado a Derrite e entrou no governo na cota reservada ao ex-presidente.

No dia da votação, Tarcísio revive com Boulos a velha tática da burguesia paulistana contra Lula em 1989, quando a polícia de São Paulo apresentou, às vésperas da eleição presidencial, e a mídia liberal propagou imagens de camisetas do PT e material de campanha de Lula juntamente com os sequestradores de Abílio Diniz.

A velha tática, no entanto, foi travestida de uma nova roupa ainda mais suja que a estratégia de Pablo Marçal (PRTB) no primeiro turno das eleições, quando divulgou um laudo falso sobre uso de drogas contra Boulos.

Sujo, Tarcísio usa a mentira e o terror típicos da burguesia para fechar o conluio com a mídia liberal na guerra não só contra Boulos nas eleições de 2024, mas contra Lula na disputa presidencial em 2026.

Colaborou Mauro Lopes, da TV Fórum

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