PURA MALDADE

Governo Trump deporta criança de 4 anos com câncer raro em menos de 24h

Em ato de crueldade extrema, menino em situação gravíssima foi expulso dos EUA e mandado para Honduras sem processo legal

Créditos: Gage Skidmore/Flickr
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Três crianças nascidas nos EUA foram deportadas recentemente para Honduras ao lado de suas mães, imigrantes hondurenhas detidas pelo Serviço de Imigração e Alfândega (ICE). Entre os menores está um menino de 4 anos com câncer raro, cuja remoção do território norte-americano ocorreu em menos de um dia após sua detenção.

As outras duas crianças, com 2 e 7 anos, também são filhas de mulheres hondurenhas que foram presas durante batidas de rotina do ICE. A deportação de todas ocorreu em um intervalo de até três dias, segundo relatos de advogados que acompanham os casos.

Repercussão e denúncias de abuso de autoridade

Organizações de defesa dos direitos civis, como a União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) e o Projeto Nacional de Imigração, reagiram com veemência, classificando as ações do ICE como "abuso de poder". Em nota conjunta, as entidades destacaram que casos como esses, embora chocantes, "têm se tornado cada vez mais frequentes".

A advogada Gracie Willis, do Projeto Nacional de Imigração, denunciou que o ICE não ofereceu alternativas viáveis às mães no momento da detenção. “Elas não puderam escolher. Foram obrigadas a levar as crianças, mesmo havendo cuidadores prontos para acolhê-las nos EUA”, declarou.

Menino com câncer é deportado sem avaliação médica

O caso mais grave envolve um menino de apenas 4 anos, portador de uma doença oncológica rara. Segundo a advogada Willis, ele foi deportado com a mãe em menos de 24 horas após ser detido, sem que houvesse avaliação das condições médicas ou análise de alternativas legais. Detalhes sobre o tratamento ou o estado de saúde da criança não foram divulgados.

Juiz federal aponta suspeita de irregularidade em outro caso

A deportação de uma menina de 2 anos, filha de uma imigrante hondurenha grávida, também gerou reações no sistema judicial. O juiz federal Terry Doughty, da Louisiana, colocou em dúvida a legalidade da deportação e agendou uma audiência para o dia 16 de maio. Em seu despacho, destacou haver “forte suspeita de que uma cidadã norte-americana foi deportada sem qualquer processo significativo”.

A mãe da menina havia sido presa em 22 de abril durante uma operação do ICE em Nova Orleans. Ela estava acompanhada de suas duas filhas: uma adolescente de 11 anos, nascida em Honduras, e a criança de 2 anos, cidadã dos EUA. O juiz tentou contato com a mulher durante o voo de deportação, mas foi informado menos de uma hora depois que ela já havia sido "liberada em Honduras".

Divergência de versões e guarda legal da criança

O pai da menina de 2 anos, que vive nos EUA, afirmou que desejava manter a guarda da filha em território norte-americano. Já o ICE sustentou que a mãe optou por levar a criança consigo na deportação. Nenhuma das versões foi verificada antes da remoção, o que acentuou a controvérsia.

Advogados do pai alegam ainda que o ICE manteve a menina por alguns dias como forma de pressionar o homem a se entregar às autoridades de imigração. Embora não tenham revelado a situação migratória do pai, informaram que a guarda legal da criança foi transferida à cunhada dele, cidadã dos EUA.

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