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Os movimentos sociais bolivianos seguem mobilizando uma grande marcha até a capital do país, La Paz, nesta segunda-feira (11). A renúncia de Evo Morales provocada pelas pressões das forças golpistas e as reações racistas promovidas pela extrema direita após a consumação do golpe, gerou uma forte indignação nas camadas populares, que prometem retomar o país. As Forças Armadas, no entanto, já estão nas ruas.
"Agora sim, guerra Civil" é o grito que pode ser escutado em marchas promovidas pelos manifestantes, que partem da cidade de El Alto para La Paz, com o objetivo de impedir a consolidação do golpe comandado pela direita com apoio dos militares.
Muitos dos manifestantes carregavam bandeiras Whipalas, que representam os povos originários latino-americanos e foi tornada a segunda bandeira oficial da Bolívia pela Constituição de 2008, quando o país se tornou um Estado Plurinacional. Nas comemorações da extrema direita, Whipalas foram queimadas, expondo o lado racista do golpe.
"Estamos pedindo como povo altenho que se respeite a nossa Whipala, porque ela representa o sangue Aymara, o sangue Quechua, o sangue Guarani, mas Camacho e Mesa fizeram queimar nossa Whipala. Nós vimos como Camacho chegou até aqui, usa a Bíblia para pisotear o povo Aymara", disse um líder indígena, respondido com gritos de "Mesa, Camacho, queremos sua cabeça" e "A Whipala se respeita".
Além dos indígenas, os cocaleiros de Chimoré anunciaram mobilização contra a derrubada do governo. Gritos de "guerra civil" também foram entoados. Chimoré foi a cidade onde o presidente e seu vice, Álvaro Garcia Linera, apresentaram renúncia. Antes de chegar à presidência, Morales era líder sindical cocaleiro.
A repressão da polícia e do exército contra os indígenas tem registrado fortes imagens. Durante as mobilizações violentas da extrema direita, as forças de segurança estavam aquarteladas, permitindo o avanço do intento golpista.
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Uma nota publicada na tarde desta segunda-feira (11) expõe a mudança de postura das Forças Armadas. "O Alto Mando Militar ordenou que a partir deste momento em todo o território nacional nossas unidades militares executem o Plano "Sebastián Pagador" que tem como finalidade resguardar os serviços públicos essenciais para garantir seu funcionamento, a paz e a estabilidade do nosso país", diz nota.
Antes da renúncia de Morales, as Forças Armadas da Bolívia afirmaram que não iriam derramar sangue de bolivianos porque o seu dever é proteger nosso povo. A mensagem publicada nesta segunda demonstra ainda mais a adesão dos militares ao golpe comandado por Luis Fernando Camacho e Carlos Mesa.
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