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Luis Fernando Camacho, líder das extrema-direita da Bolívia e um dos comandantes do golpe de Estado promovido contra Evo Morales, invadiu o Palácio de Governo da Bolívia pouco antes de a renúncia do presidente Evo Morales munido de uma Bíblia e uma bandeira do país. Camacho liderou a ala mais violenta das manifestações que resultaram na queda de Morales e tinha o apoio do Itamaraty, comandado pelo olavista Ernesto Araújo.
Durante o intento de derrubar o presidente reeleito, Camacho afirmou que levaria Deus novamente ao Palácio de Governo. Logo após a renúncia de Evo, ele publicou a seguinte mensagem no Twitter: "Nossa luta não é com armas, é com fé. Deus abençoe Bolívia!". Presidente do Comitê Cívico de Santa Cruz, Camacho foi recebido por Ernesto Araújo, chanceler de Jair Bolsonaro, em maio para tratar sobre a Bolívia. “Conseguimos o compromisso pessoal e governamental do chanceler Ernesto Fraga Araújo de elevar como estado brasileiro e garante da cpe a encomenda de interpretação da convenção sobre a reeleição indefinida para a CIDH. O Chanceler instruiu de forma imediata e na mesma reunião que se realize a consulta”, relatou. Os laços do Brasil com o golpismo na Bolívia ficam mais destacado com os áudios revelados pelo jornal boliviano El Periódico, onde um interlocutor revela o apoio “das igrejas evangélicas e do governo brasileiro” ao golpe, e fala de um suposto “homem de confiança de Jair Bolsonaro, que assessora um candidato presidencial”. "Temos que começar a nos organizar para falar de política nas igrejas, como já se faz a muito tempo no Brasil, que já tem deputados, prefeitos e até governadores da igreja (evangélica)”, diz. Camacho aparece na lista do caso que ficou conhecido como Panamá Papers como intermediáro e dono de empresas offshore que seria usadas para lavagem de dinheiro de origem duvidosa, especialmente em casos de corrupção. https://twitter.com/LuisFerCamachoV/status/1193642188690907136