Sorteio define maioria opositora em comissão que analisará impeachment de Piñera

Na acusação, o mandatário chileno é acusado de ser o responsável pelas mortes, estupros, torturas, lesões graves e prisões arbitrárias cometidas pelas Forças Armadas e policiais a partir dos seus decretos durante a crise social que o país vive desde o dia 18 de outubro.

O chileno Sebastián Piñera é um dos citados - Foto: Sérgio Cruz/Agência Brasil
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A acusação constitucional contra o presidente chileno Sebastián Piñera, que poderia resultar no seu impeachment, terá seu primeiro trâmite em uma comissão na Câmara dos Deputados, que terá maioria opositora. A conformação dessa comissão foi definida nesta quarta-feira (20) por sorteio. Os opositores escolhidos foram Gastón Saavedra (Partido Socilista), Boris Barrera (Partido Comunista) e Daniel Verdessi (Democracia Cristã). A bancada governista será representada por Sofía Cid (Renovação Nacional, direita liberal) e Gastón von Mülhenbrock (União Democrata Independente, ultra direita pinochetista). A acusação contra Piñera foi protocolada no Congresso nesta terça, por um grupo de 11 deputados do Partido Comunista e da Frente Ampla, e baseado em um informe que reuniu dados de violações de direitos humanos cometidos pelo Estado, levantados pelo INDH (Instituto Nacional de Direitos Humanos do Chile) e pelo Ministério Público. Na acusação, o mandatário chileno é acusado de ser o responsável pelas mortes, estupros, torturas, lesões graves e prisões arbitrárias cometidas pelas Forças Armadas e policiais a partir dos seus decretos durante a crise social que o país vive desde o dia 18 de outubro. A comissão recém conformada emitirá um parecer de recomendação, antes da avaliação dos deputados em plenário. Para que a acusação seja aprovada na Câmara Baixa, é preciso maioria simples, ou seja, 78 votos dos 155 deputados integrantes. Posteriormente, no Senado, será preciso quórum qualificado de dois terços, ou seja, 29 dos 43 senadores.