“Infecção ou vacinação não nos torna invulneráveis ao coronavírus”, diz infectologista Marcos Caseiro

O médico também afirmou que o abandono do uso de máscara só será possível quando o Brasil tiver uma alta taxa de imunização coletiva

Foto: Ricardo Wolffenbutte/Governo de SCCréditos: Divulgação
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O médico infectologista Marcos Caseiros, que todas as sextas-feiras tira dúvidas sobre questões relacionadas à Covid-19, reforçou na edição desta sexta (25) do Fórum Onze e Meia que, mesmo vacinadas, as pessoas devem continuar a utilizar a máscara e que a infecção pelo vírus ou vacinação não nos torna imunes ao coronavírus.

Ao falar sobre uma paciente vacinada que se infectou com o coronavírus, o médico Marcos Caseiro explicou, a partir de uma pesquisa que está realizando sobre os anticorpos que estes duram, em média, cinco meses.

"30% daqueles casos de P.1 em Manaus foram reinfecções. Os anticorpos não duram. A gente tem feito um trabalho, a gente colheu em 1 ano, que faz parte de um projeto junto com o Fapesp (Fundação de Amparo a Pesquisa de São Paulo), o sangue no hospital, de 1.600 funcionários. A gente colhe a cada três meses. Começamos em julho do ano passado. Os anticorpos sobem até o 5º mês, a partir do 6º eles caem. Os anticorpos não se sustentam”, explicou Caseiro.

De acordo com o médico e pesquisador, já havia uma desconfiança sobre a durabilidade dos anticorpos após a infecção e reforçou o uso de máscara e o distanciamento social.

“Nós já tínhamos a ideia dessa queda e agora eu vou ter os dados da vacina. Então, é assim: tomou vacina ou teve a doença, isso não nos torna invulneráveis. Enquanto não tivermos uma imunização coletiva e uma diminuição expressiva de casos de mortes, não dá pra pensar ou discutir a possibilidade de não usar a máscara ou evitar o distanciamento. Não é hora de aglomerar, não é hora para fazer festas coletivas, é hora de ficar quietinho e utilizando máscara”, finalizou Caseiro.