Coronavírus: Instituto Butantan deve investir em vacina internamente para não depender de Bolsonaro

Diretor do instituto, Dimas Covas, afirmou que produção de vacina que se mostrar eficiente será estimulada "o mais rápido possível"

Foto: Reprodução
Escrito en CORONAVÍRUS el
O estado de São Paulo deve investir na produção de vacina para o coronavírus internamente, de forma a não depender do governo federal. Segundo o diretor do Instituto Butantã, Dimas Covas, a instituição vai investir na produção da vacina que se provar eficiente "o mais rápido possível". Covas, que é membro do Comitê de Contingência do Coronavírus, afirmou nesta quarta-feira (27), em entrevista coletiva, que o instituto tem capacidade de produção ociosa e deve investir em produzir a vacina em 2021. O diretor lembrou que há muitas vacinas sendo desenvolvidas no mundo, algumas em estágios mais avançados que outros. "Dez vacinas estão em fase clínica, com uso em pacientes. Duas são muito promissoras, uma chinesa que foi testada lá em fase 1, e uma inglesa, que também já começou em humanos", citou. Covas ainda comentou que o Instituto Butantan tem muitas parcerias estabelecidas com instituições que investem na produção de vacinas, e afirmou que "se uma for promissora e mostrar eficiência, vamos procurar internalizar a produção o mais rápido possível". Técnicas inovadoras Paralelamente, o Instituto já desenvolve pesquisas relativas à vacina para a Covid-19. Pesquisadores da instituição dizem utilizar técnicas inovadoras para produzir uma vacina alternativa, que funcionaria como um "plano B" caso as pesquisas que seguem os métodos tradicionais não funcionem bem. A pesquisa, apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), utiliza um mecanismo que é característico de algumas bactérias para driblar o sistema imunológico humano. A técnica consiste em criar "bolhas" a serem acopladas nas vesículas de proteínas de superfície do coronavírus. Ao entrar em contato com as "bolhas", o organismo seria estimulado a criar resposta imune ao novo coronavírus. "Neste momento de pandemia, não é demais tentar estratégias diferentes. A nossa abordagem vai demorar mais para sair, mas, se aquelas que estão sendo testadas não funcionarem, já temos os planos B, C ou D”, explicou a pesquisadora Luciana Cezar Cerqueira Leite, do Laboratório de Desenvolvimento de Vacinas do Instituto Butantan, à Agência Brasil.