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O secretário Especial de Cultura do governo federal, Rodrigo Alvim, debochou nesta segunda-feira (13) da indicação do documentário "Democracia em Vertigem", da diretora Petra Costa, ao Oscar de 2020. Segundo ele, o filme é uma "ficção" e demonstra que há uma "guerra cultural".
"Se fosse na categoria ficção, estaria correta a indicação", declarou Alvim em entrevista concedida à colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo. "Isso só mostra como a guerra cultural está sendo travada não só aqui, mas em âmbito internacional", completou.
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Alvim é dramaturgo e ganhou espaço no governo federal após declarar que a sua carreira praticamente havia acabado “por conta do seu apoio ao presidente Jair Bolsonaro e por conta da minha admiração declarada ao professor Olavo de Carvalho”. No comando da Cultura, Alvim tem sido criticado por adotar um duro controle ideológico, recorrendo à censura.
Ao comentar sobre a indicação, Costa reafirmou a importância da obra para o momento político atual. “Numa época em que a extrema direita está se espalhando como uma epidemia, esperamos que esse filme possa nos ajudar a entender como é crucial proteger nossas democracias", declarou.
"Está se tornando cada vez mais evidente o quanto o pessoal é político para tantos ao redor do mundo, e acredito que é por meio de histórias, linguagem e documentários que as civilizações começam a se curar", completou.
A trama narra os bastidores do golpe que levou a ex-presidenta Dilma Rousseff ao impeachment, a prisão de Lula e a ascensão de Sérgio Moro e Jair Bolsonaro. Lançado mundialmente em 19 de junho de 2019, o documentário emocionou diversos espectadores e gerou a ira de bolsonaristas, que atacaram a Netflix, onde o filme está hospedado.
Além de “Democracia em Vertigem”, também vão disputar os documentários “American Factory” (Steven Bognar), “The Cave” (Feras Fayyad), “For Sama” (Waad) e “Honeyland” (Ljubo Stefanov).