Especial de Natal do Porta dos Fundos provoca boicote de cristãos à Netflix

A edição de 2019 do especial de Natal vencedor do Emmy Internacional gerou indignação de conservadores

Foto: Divulgação
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Depois de vencerem o  Emmy Internacional de Melhor Série de Comédia pelo "Especial de Natal Se Beber, Não ceie", de 2018, o Porta dos Fundos e a Netflix enfrentam uma campanha de boicote promovida por evangélicos e católicos que não gostaram nem um pouco da edição de 2019 do especial de Natal. Em "A Primeira Tentação de Cristo", Jesus (Gregório Duvivier) aparece envolvido em um romance com Orlando (Fábio Porchat), chocando José (Rafael Portugal), Maria (Evelyn Castro), os Reis Magos e Deus (Antonio Tabet). O episódio gerou indignação entre cristão e conservadores, que mobilizaram um abaixo-assinado contra a Netflix. Não é sócio Fórum? Quer ganhar 3 livros? Então clica aqui. O manifesto publicado no Change.org tem cerca de 300 mil assinaturas e pede "impedimento" do especial por "ofender gravemente os cristãos". Entre os que se juntaram o deputado federal Marco Feliciano (SP), expulso do Podemos, que disse que “está na hora de uma ação conjunta das igrejas e pessoas de bem para dar um basta nisso”. Dom Henrique Soares da Costa, atual bispo da Diocese de Palmares, também se juntou ao boicote e disse para os cristãos mostrarem seu amor por Jesus tomando a decisão de "cancelar a assinatura da Netflix". O ator Carlos Vereza também condenou o Porta dos Fundos, dizendo que os comediantes são  “lamentáveis”, “idiotas pretensiosos”. "O subtexto de vocês, que não vou nominá-los, é o lula livre, é a volta do baseado livre, do tráfico livre nas universidades, do desregramento sexual livre, à falta do amor, que para vocês, é careta, coisa da direita", disse o ator, que ainda chamou Lula de "genocida". Ironia Duvivier ironizou o abaixo-assinado. "Sim, vi que são quase 300 mil pessoas. Acho que fizemos algo errado, porque é muito pouca gente. Da próxima vez, acho que vale pegar mais pesado. O Porta tem quase 20 milhões de inscritos. 300 mil é um fiasco. Mas de qualquer jeito, vale pra medir a audiência. Pelo menos 300 mil pessoas viram. É mais que a base de apoio do Bolsonaro", disse ao O Globo.