“Meu nome é Daciolo!”: Dois grupos disputam recriação do Prona

Em um dos lados está o Cabo Daciolo

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Acreditem. Há uma briga pelo domínio do Prona, partido criado pelo político Enéas Carneiro (Meu nome é Enéas!), que ocorre no eixo Rio-São Paulo. De um lado está a advogada Patrícia Lima, ex-deputada estadual de São Paulo que se diz filha adotiva e herdeira política de Enéas. Do outro o taxista Marcelo Vivório, atual coordenador especial da secretaria de governo da Prefeitura de Campos de Goytacazes (RJ). Se, por um lado, Vivório está na disputa há mais tempo e já conta com metades das quinhentas mil assinaturas para registrar o partido, Patrícia tem um aliado de peso: o Cabo Daciolo, candidato a presidente em 2018. O Prona desapareceu da cena no fim de 2006 quando se fundiu ao PL para dar origem ao PR, hoje rebatizado como PL (Partido Liberal). Era um partido atrelado à imagem de seu fundador, o médico cardiologista Enéas Carneiro. Aborto, casamento gay e drogas As divergências iniciais seriam em torno de questões como aborto, casamento gay e liberação das drogas, mas há dúvidas. João Vitor Sparano e Patrícia Lima alegaram que Vivório defendia estas pautas. O taxista rebate dizendo que a união de pessoas do mesmo sexo não está na pauta de seu grupo e que é contra o aborto e a liberação das drogas. Vivório, 38, argumenta que a ex-deputada não possui as características necessárias para pertencer ao Prona. "Ela não tem o perfil do nosso partido. Ela não é filha adotiva do dr. Enéas, ela mente sobre isso." Patrícia e o marido dizem que ela trabalhou com Enéas e era tratada como filha pelo fundador da legenda. "O dr. Enéas deixou para a Patrícia o estatuto e o manifesto do Prona para que um dia viesse a registrar", afirma Sparano. Bolsonaro Já sobre o governo de Jair Bolsonaro, a situação é mais clara. Vivório apoia: "Estamos alinhados com a direita e acreditamos no sucesso que a direita vai ter de agora para frente. Já teve com a eleição do Bolsonaro, que mostrou que o país deu uma mudada. Esperamos que ele faça uma boa gestão. Acreditamos que a direita tem condições de resgatar o nosso país", afirma. "Estamos observando o governo Bolsonaro nas medidas econômicas, que são importantes para resgatar o nosso país. Torcemos pelo sucesso", prossegue o taxista, que se diz favorável à privatização de estatais "desde que seja para o bem do país". Já Sparano afirma que seu grupo não é de direita nem de esquerda, defende a auditoria da dívida pública e faz críticas às privatizações do governo Bolsonaro. "Eu não enxergo Jair Bolsonaro como um patriota. A direita Bolsonaro não é uma direita nacionalista", comenta. "Hoje a direita está vendendo tudo. Nossas empresas estão sendo vendidas a preço de banana. Primeiro eles vão sucatear para depois vender. Criticaram o [ex-presidente] Fernando Henrique Cardoso [PSDB] por isso lá atrás e hoje eles fazem o mesmo trabalho. Os ideais do Prona não são esses, continuam os mesmos do doutor Enéas Carneiro. Somos nacionalistas." Bomba Atômica Os dois grupos discordam também sobre a fabricação da bomba atômica. Vivório é relutante e acha que o tema “tem que ser muito bem estudado. Mas o Brasil é um país muito pacífico, eu acho que a gente deve prezar por isso: tentar um bom diálogo. Acho que é o caminho para todos", diz. Já Sparano, defende a criação: "Somos favoráveis à soberania nacional. A bomba atômica não é para criar guerra. Você não compra um revólver para sair atirando em todo mundo. A bomba atômica é para a soberania nacional", declara. Com informações do UOL