Vídeo: jornalista chilena chama Movimento Estudantil de “ditatorial” e leva invertida épica de estudante

Monserrat Álvarez, âncora do programa matinal do canal Chilevisión, disse que métodos do movimento “se assemelham aos das ditaduras”. Víctor Chanfreau, porta-voz dos secundaristas, retrucou: “Não me lembro de ver a imprensa usar esses mesmos termos para se referir à repressão do governo de Piñera”

Foto: Reprodução Twitter
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Durante seu programa matutino no canal Chilevisión nesta sexta-feira (10), a jornalista Monserrat Álvarez entrevistou Víctor Chanfreau, porta-voz da ACES (Assembleia Coordenadora dos Estudantes Secundaristas), sobre o boicote que esta organização vem liderando contra a PSU (Prova de Seleção Universitária, espécie de vestibular chileno), que eles consideram fazer parte de um sistema que alimenta a segregação no ensino superior do país. Em um momento da conversa, Álvarez fez uma pergunta retórica crítica a Chanfreau, afirmando que os secundaristas utilizam “métodos de uma ditadura” para promover o boicote à PSU: “O paradoxo é que vocês estão lutando contra um abuso usando métodos abusivos, e dizem falar em nome da maioria, o que muitas vezes significa uma forma de impor coisas, e isso muitas vezes são métodos de uma ditadura”, segundo a jornalista. Chanfreau escutou pacientemente a longa pergunta de Álvarez, e quando foi sua vez de falar, ainda deu uma lambuja a apresentadora, dizendo que “não vou me colocar na posição de neto de um desaparecido” – o estudante é neto de Alfonso Chanfreau, um opositor da ditadura de Pinochet que foi sequestrado pelo regime em 1974, e nunca mais encontrado. Depois, veio a resposta em si: “Deveria haver mais consideração na hora de usar as palavras, especialmente nisso de que estamos usando métodos de ditadura. Porque métodos de ditadura são os que utilizam os Carabineros (polícia militarizada) e as Forças Armadas (acionadas durante o Estado de exceção decretado pelo presidente Sebastián Piñera, em outubro), e não me lembro de ver a imprensa usar esses mesmos termos para se referir à repressão do governo de Piñera”. A jornalista então tentou consertar a pergunta, embora sem fazer autocrítica: “Tudo bem, se você não quer usar o termo ditadura usemos o temo `abuso´”, ao que o estudante rebateu de imediato: “Os termos não são a mesma coisa”.