Vídeo: "Vai morrer todo mundo", grita PM, sob "violenta emoção", durante massacre em Paraisópolis

Em novos vídeos divulgados nas redes, os policiais cumprem à risca a ordem de "tacar o terror" na comunidade durante a "operação saturação", que desde o dia 2 de novembro fazia incursões diárias em Paraisópolis

Policiais reprimem jovens em saída de baile funk em Paraisópolis (Reprodução)
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O jornalista André Caramante divulgou em suas redes sociais na madrugada desta quarta-feira (4) mais vídeos sobre a ação criminosa da Polícia Militar de São Paulo na comunidade de Paraisópolis no domingo (1º), que resultou no assassinato de 9 jovens. Em uma das cenas, os policiais cumprem à risca a ordem de "tacar o terror" na comunidade durante a "operação saturação", que havia sido desencadeada havia um mês, após a morte de um sargento da PM em troca de tiros em uma avenida próxima. "Vai morrer. Vai morrer todo mundo", gritam os policiais na saída de uma das vielas, enquanto outro agride violentamente com uma barra de ferro os jovens que saem correndo do local. Após as ameaças, são ouvidos disparos de tiros e bombas. Nesta terça-feira (3), Caramante, que é um dos fundadores do site Ponte, já havia divulgado imagens em que um policial agride com barra de ferro jovens que saem de uma viela, entre eles um rapaz de muletas. Escusável emoção Em seu projeto de lei "anticrime", o ministro da Justiça, Sergio Moro, propõe que policiais militares que cometam assassinatos em ações como a que ocorreu em Paraisópolis tenham a pena reduzida ou anulada pela Justiça por agirem sob "escusável  medo, surpresa ou violenta emoção". A proposta de Moro é amparado por um outro projeto de lei, enviado por Jair Bolsonaro, que prevê o chamado "excludente de ilicitude" em ações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), impedindo a punição de agentes repressores do Estado. As duas propostas, caso já tivessem sido aprovadas, valeria para a defesa dos policiais que causaram o massacre em Paraisópolis. Sobre os assassinatos dos jovens, Bolsonaro disse "lamentar" as mortes e Moro ainda não se pronunciou sobre o caso.