Demonstrando claros sinais de constrangimento, o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), passou pano para Jair Bolsonaro (PL) sobre a tentativa de golpe após a prisão do general Walter Braga Netto, candidato a vice na chapa do ex-presidente, que estaria obstruindo as investigações.
Sem se pronunciar sobre a prisão do colega de ministério no ex-governo, Tarcísio fez vista grossa para o montante de provas colhidas pela Polícia Federal (PF) - incluindo declarações em reuniões ministeriais em que ele esteve presente - e afirmou que o plano golpista foi obra de "2 ou 3 caras". Até o momento, a PF já indiciou 40 pessoas na organização criminosa golpista.
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"Eu não vi nenhum elemento que implique Bolsonaro no planejamento, articulação ou liderança de uma trama golpista. Então, não tem nada que relacione Bolsonaro ao que 2 ou 3 caras pensaram e que, do ponto de vista de Forças Armadas, não eram ninguém para pensar em nada - e o que foi pensado é altamente reprovável, desarrazoado. E eu não vejo nada que implique Bolsonaro com essas pessoas", afirmou.
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Ainda em defesa do ex-presidente, o governador paulista disse que, enquanto ministro, "nunca vi o presidente para mim falar qualquer coisa nesse sentido".
Sob flerte da mídia liberal e do sistema financeiro para encampar a candidatura da terceira via à Presidência, Tarcísio tentou desviar da pergunta sobre o tema e apontou Bolsonaro, inelegível até 2030 e alvo de iminente prisão, como candidato da ultradireita na disputa contra Lula em 2026.
"Eu não vejo motivos para a inelegibilidade do Bolsonaro, então para mim o candidato é ele. Se não for, será quem ele indicar. Para mim, a coisa é muito simples, a unção de Bolsonaro... Bolsonaro nessa questão será fundamental e é o que vai garantir consistência para esse grupo e fazer com que se chegue a uma vitória", afirmou.
"A situação está difícil, mas quantas vezes já vimos situações sendo revertidas. Ele continua sendo um grande ator da direita e vai ser em 26, independentemente de qualquer coisa", emendou.
Sobre a articulação de sua candidatura à Presidência, costurada por Gilberto Kassab, presidente do PSD e seu assessor especial no governo paulista, Tarcísio desconversou.
"Eu converso até pouco [com Kassab sobre o tema]. Mas, eu converso com todo mundo, com o [governador de Goiás e presidenciável declarado, Ronaldo] Caiado, [o governador do Paraná] Ratinho, Bolsonaro. E, de certa forma, você não vê ninguém - obviamente Caiado tem uma posição diferente por circunstâncias dele -, mas não tem ninguém que diz que tem que ser eu", desviou Tarcísio.