Em 2000, após consumar a separação da primeira esposa, a então vereadora carioca Rogéria Nantes, para ficar com a amante, Ana Cristina Valle - com quem mantinha uma relação há pelo menos 3 anos em Brasília -, Jair Bolsonaro (PL) emancipou o filho, Carlos Bolsonaro, de 17 anos, para disputar as eleições e tirar a vaga da mãe.
"Quando o Carlos foi eleito, era uma criança. Vivia no gabinete dele jogando videogame, à época. Com 17, 18 anos, tanto que foi ela que assumiu a chefia do gabinete do Carlos. Foi onde ela [Ana Cristina] começou com isso [rachadinhas]", contou Marcelo Luiz Nogueira dos Santos, ex-funcionário do clã em entrevista em setembro de 2021.
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Protagonista do sistema de corrupção que enriqueceu o clã, Ana Cristina teria protagonizado uma traição com o bombeiro que fazia a segurança da família e se separou do ex-presidente em meados de 2007.
Após se mudar para Noruega em 2009 levando o filho, Jair Renan, após suposta ameaça de morte de Bolsonaro - segundo telegrama que consta nos arquivos do Itamaraty -, Ana Cristina Valle retornou ao Brasil em 2014.
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À época, se reuniu com o ex-parceiro - eles nunca foram casados no papel - no gabinete de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) para anunciar que sairia canidata a deputada federal e se poderia usar o nome como era conhecida: Cristina Bolsonaro.
O pedido foi feito mesmo diante dos ciúmes da terceira esposa de Bolsonaro, Michelle, que conheceu ainda 2007 no Congresso, quando atuava como deputado.
Com Bolsonaro inelegível até 2026, Michelle é uma das principais apostas de parte da horda bolsonarista para 2026 e nutre simpatia até mesmo dentro do PL, partido comandando por Valdemar da Costa Neto.
Pesquisas feitas neste ano revelam que Michelle seria a principal opositora a Lula nas próximas eleições presidenciais.
No entanto, Bolsonaro tem dito uma resposta pronta e machista àqueles que insistem em lhe perguntar se daria aval à candidatura da atual esposa - mãe da única filha do ex-presidente, Laura.
“Só deixaria concorrer se fosse minha ex-mulher”, responde Bolsonaro, segundo a coluna de Bela Megale, no jornal O Globo.
A pretensa ironia revela, segundo a jornalista duas coisas: a pretensão de Bolsonaro em reverter a inelegibilidade e sair candidato e a "resistência se fosse para desempenhar um papel secundário numa eventual administração de sua mulher".