GOLPISMO MONETIZADO

Boulos denuncia escândalo golpista da rede social Kwai à PGR; entenda

Perfil oficial da plataforma incitou criadores de conteúdo a promoverem ataques ao STF em troca de mais engajamento

Guilherme Boulos entra com representação na PGR contra a plataforma Kwai por incitar ataques ao STF.Créditos: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados/Reprodução
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O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) protocolou nesta quinta-feira (3) uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo a abertura de inquérito contra a rede social chinesa Kwai. O parlamentar acusa a plataforma de ter incentivado, de forma deliberada e organizada, a produção de vídeos com ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) em troca de visibilidade.

Segundo revelou o site "Aos Fatos", o próprio perfil verificado do Kwai enviou uma “tarefa” a criadores de conteúdo sugerindo a publicação de vídeos com a hashtag #ilegal, em alusão ao julgamento que tornou Jair Bolsonaro réu por tentativa de golpe de Estado. A proposta feita pela rede era simples e escandalosa: ao vincular críticas ao STF à hashtag, os vídeos ganhariam “tráfego adicional de 5 mil exibições”.

O desafio fazia referência a um vídeo exibido pelo ministro Alexandre de Moraes durante a sessão do Supremo em 26 de março. Na ocasião, Moraes mostrou uma gravação dos atos de 8 de janeiro para rebater argumentos de que não teria havido violência naquele dia. A tarefa distribuída pelo Kwai sugeria que esse vídeo seria “ilegal” e que poderia “anular o processo contra Bolsonaro”, mesmo sem qualquer base jurídica.

Na representação enviada à PGR, Boulos afirma:

“Estamos diante de um claro e grave ataque ao Supremo Tribunal Federal realizado de forma organizada, incentivada, fomentada e monetizada, com pagamentos e premiações divulgados pelo perfil oficial da plataforma de rede social Kwai.”

O deputado também acusa a empresa e seus responsáveis no Brasil de violarem a ordem democrática e de promoverem desinformação com motivações políticas. Para ele, o episódio configura uma tentativa de manipular o debate público e colocar em xeque decisões do STF que atingem o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Ainda segundo Aos Fatos, o “desafio” foi retirado do ar após denúncias e repercussão negativa. Em nota, o Kwai afirmou que é “totalmente apartidário e não endossa ou favorece nenhum candidato, partido político ou ideologia”. Até o momento, não houve novo posicionamento da empresa sobre a representação na PGR.

"A rede social Kwai incentivou produtores de conteúdo a atacar o STF e a defender Bolsonaro. Isso é inadmissível! Por isso, acionamos hoje a PGR pedindo investigação sobre a plataforma. A democracia brasileira se respeita!", disse Boulos em publicação nas redes sociais. 

 

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