Bolsonaro suspende nomeações dos presidentes da Fundação Palmares e Iphan

Indicação de Sérgio Camargo para a Fundação Palmares foi alvo de críticas por seus posicionamentos contrários a questões importantes na luta contra o racismo

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Após intensa reação de movimentos negros e suspensão por decisão da Justiça, o governo de Jair Bolsonaro voltou atrás na escolha do jornalista Sérgio Nascimento de Camargo para a presidência da Fundação Palmares, órgão de promoção da cultura afro-brasileira. A nomeação da arquiteta Luciana Rocha Feres para o comando do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) também foi cancelada. Camargo foi alvo de críticas por ser abertamente racista e costumeiramente atacar personalidades e questões que são importantes para o movimento negro. Ele é contra o dia da Consciência Negra, além de já ter dito que a atriz Taís Araújo deve voltar para a África e que a escravidão foi boa porque negros viveriam em condições melhores no Brasil do que no continente africano. Nas redes sociais, Camargo classifica o racismo no Brasil como "nutella". "Racismo real existe nos Estados Unidos. A negrada daqui reclama porque é imbecil e desinformada pela esquerda", escreveu. O próprio irmão de Sérgio, Wadico Camargo, já usou as redes sociais para protestar contra o jornalista. Wadico disse que tem vergonha "de ser irmão desse 'capitão do mato', Sérgio Nascimento Camargo, hoje nomeado presidente da Fundação Palmares". Iphan A nomeação de Luciana Rocha Feres havia sido uma indicação do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. Apesar de possuir perfil técnico e curricular ligado ao setor, a preferência do secretário especial de Cultura, Roberto Alvim, era outra: ele escolheria Olav Schrader, do movimento monarquista e ligado ao guru do bolsonarismo, Olavo de Carvalho.