MPF pede prisão de Delgatti, o hacker de Araraquara, por entrevista ao 247

Alegação foi que ele teria usado a internet para conceder a entrevista; mas quem usou o computador foi seu advogado, e ele apenas conversou com o jornalista Joaquim de Carvalho

Walter Delgatti Neto, o "hacker de Araraquara" (foto: reprodução CNN)Créditos: Reprodução/CNN
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O Ministério Público Federal (MPF) pediu, na última sexta-feira (19), a prisão de Walter Delgatti Netto, o hacker de Araraquara. A alegação é que ele usou a internet para conceder uma entrevista ao jornalista Joaquim de Carvalho na TV 247 no último dia 16.

Delgatti hackeou as conversas de integrantes da Força-Tarefa da Lava Jato no Telegram. Depois, repassou o material que tinha interceptado ao jornalista Gleen Greenwald, do The Intercept Brasil. Uma parte do conteúdo foi publicada em uma série de reportagens que ficou conhecida como Vaza Jato. Com isso, o Brasil ficou sabendo como agiam os procuradores, muitas vezes ao arrepio da lei, na busca especialmente de condenar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O teor das conversas, obtidas pela operação Spoofing, revela que, por exemplo, a delegada da PF Erika Marena forjava depoimentos de pessoas para a Lava Jato e que os procuradores tinham conhecimento disso. Também mostram que eles usavam atalhos para obter documentos internacionais fora do que é previsto em lei.

O pedido de prisão preventiva, assinado pela procuradora Melina Castro Montoya Flores, alega que Delgatti violou o compromisso assumido com a Justiça de não usar “a rede mundial de computadores para fins diversos aos compromissos judiciais”. Ele foi obtido pelo site 247.

O site diz que o argumento não condiz com a realidade, “uma vez que Delgatti apenas conversou com o jornalista, sem ter usado o computador, celular e muito menos a internet, algo que foi praticado por seu advogado, Ariovaldo Moreira, conforme foi explicitado logo no início da entrevista”.

Com informações do 247