Cinco anos depois de um dia infame – Por Valerio Arcary
É uma ironia da História que Lula tenha recuperado seus direitos políticos na tarde de 15 de abril, quase na mesma data. Foi confirmada no pleno do STF a maior vitória democrática desde então.
É professor titular do IFSP. Doutor em história pela USP, estudou na Universidade de Paris e Lisboa entre 1974/78, participou da revolução portuguesa, voltou ao Brasil e se uniu à Convergência Socialista, esteve presente na reconstrução da UNE em Salvador em 1979, na fundação do PT em 1980 e da CUT em 1983, sendo secretário-geral da CUT/São Paulo entre 1985/86. Atuou na Apeoesp entre 1983/90, foi membro da Executiva Nacional do PT entre 1989/92, e foi presidente nacional do PSTU entre 1993/98 e, desde 2016 é membro da Coordenação Nacional do MAIS/PSOL. É autor de O martelo da história, entre outros livros.
É uma ironia da História que Lula tenha recuperado seus direitos políticos na tarde de 15 de abril, quase na mesma data. Foi confirmada no pleno do STF a maior vitória democrática desde então.
A reforma ministerial foi expressão de um rearranjo de forças dentro de um governo de coalizão de quatro alas de extrema direita em dinâmica de enfraquecimento. Nem mais, nem menos do que isso.
A questão não se resume a ter, ou não, uma candidatura única. Derrotar a extrema direita é a prioridade.
Os tão deploráveis e desleais cochichos indiscretos sobre a vida alheia estão em todas as relações humanas e, do lado de cá, não seria diferente
Para marxistas é muito importante distinguir o que são crises de governo e crises de regime, em especial, quando o governo se fragiliza, mas o regime se fortalece
É necessária uma bússola para não se perder na terrível pressão em que se realizam as lutas políticas. O que é progressivo e o que é regressivo? Essa bússola não pode ser outra, senão uma interpretação marxista da situação concreta
Não se deve diminuir a dimensão subjetiva dos conflitos gerados pela dificuldade de vivência entre pessoas. Organizações são coletivos imperfeitos construídos por pessoas complexas. Portanto, complicadas
Na esquerda a idealização dos velhos militantes é uma atitude simpática, mas não é honesta. Ser um veterano não faz de ninguém um sábio. A esquerda não deve ser liderada por uma gerontocracia.
Há um imperativo moral de que aqueles que correm mais riscos sejam vacinados primeiro. A fila deve estar ordenada por critérios objetivos e universais e eles são bem conhecidos: os profissionais da linha de frente, idosos e quem tem doenças crônicas
O que nos une é a luta por um programa político. É importante que tenhamos pleno conhecimento desse programa. A luta contra o capitalismo não pode ser hobby.
Trotsky tem algo a nos dizer? A teoria da revolução permanente foi a principal contribuição de Leon Trotsky após a derrota da revolução russa de 1905. Ela pode ser útil para refletirmos sobre os desafios da esquerda diante de um governo de extrema-direita como o de Bolsonaro?
A transformação do PT passa por uma nova direção. O que não é possível sem uma divisão de sua corrente majoritária e o triunfo de uma “revolução interna”.
É desconcertante que alguns desvalorizem este combate, porque não seria, suficientemente, revolucionário. A acumulação de derrotas e o isolamento infeccionou de sectarismo a mentalidade de uma parcela da esquerda radical brasileira.
O PSOL tem um projeto político diferente do PT, por isso, durante treze anos, não participou dos seus governos. Mas o PSOL nunca foi um obstáculo para que o PT chegasse ao governo.
Boulos e Erundina somaram forças e gerações diferentes, com iniciativas político-partidárias que os chancelaram como a força de esquerda que enfrentará a direita na maior cidade do país.
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