Bárbara Paz diz que é não-binária: "Gosto de ser menino e de ser menina"

A atriz e diretora afirmou que se entendeu como uma pessoa fora do binarismo de gênero há pouco tempo

Foto: Reprodução/YouTube/Gullane Entretenimento
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A atriz e diretora Barbara Paz declarou durante entrevista que hoje se entende como uma pessoa não-binária, ou seja, não identifica com gênero feminino e nem com o masculino.

"Sou uma pessoa inquieta. Uma mulher, um homem; não-binária. Descobri que sou não-binária há pouco tempo. Um amigo meu falou que eu era, e eu acreditei, entendi. Sou uma pensadora, uma diretora, uma cineasta, uma atriz, uma pintora, uma escritora. Nas horas vagas, a gente tenta tudo com as mãos, com a cabeça, com o cérebro e com a imaginação", disse.

A revelação da cineasta foi dada durante entrevista ao podcast Almamasculina, onde Paz também afirmou que ainda segue tentando entender melhor que é. "Não sei bem eu sou. Se tiver alguma referência para me dizer quem eu sou, ainda estou em busca. Sou muitas coisas. Sou muitos, muitas. É difícil dizer quem você é para se apresentar. Sou uma pessoa de fazer o que tenho dentro, o que não é pouco", explica Bárbara Paz.

Bárbara Paz também contou que desde a juventude se sentia, às vezes, um garoto, mas que não tinha palavras para definir o que sentia.

"Quando ouvi esse discurso do não-binário, do transgênero, pensei: 'será que se tivesse escutado isso com 12 ou 13 anos, eu teria achado que eu era pelo fato de eu sentir?'. Eu não estou falando de sexualidade, mas de sensação. às vezes, eu me olhava no espelho e me sentia um garoto. Eu me olho no espelho hoje e sou uma mulher com peito, bunda, curvas… E você fala: 'Nossa é super estranho'. Muitas vezes. Não é que eu não gosto. É estranho às vezes. E às vezes eu gosto. Então, eu gosto de ser menino e de ser menina. Pode? Hoje pode", diz Paz.

Saiba o que é “sexualidade fluída”

O vocalista da banda Detonautas Tico Santa Cruz fez uma publicação em suas redes sociais que provocou o imaginário de seus admiradores e claro, de seus detratores também. Cruz declarou que a sua “sexualidade é fluída. O amor não tem preconceitos, o fascismo sim”. A declaração do artista foi suficiente para gerar uma série de especulações, apoios e ataques de ódio. Porém, uma coisa ficou clara: a imensa maioria das pessoas revelou desconhecer a ideia de uma sexualidade fluída.

Por conta disso, resolvemos conversar com o professor e pesquisador da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Leandro Colling, que é professor associado III do IHAC, professor permanente do Programa Multidisciplinar de Pós-graduação em Cultura e Sociedade da UFBA, professor colaborador do Programa de Pós-Graduação em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo (UFBA) e integrante do NuCuS – Núcleo de Pesquisa e Extensão em Culturas, Gêneros e Sexualidades.

Colling, que neste momento está lançando o livro “A vontade de expor: arte, gênero e sexualidade” (Edufba), explica que a “expressão pode ter um uso muito amplo e diverso. Penso que, na verdade, todos/as/es temos, em algum nível, uma sexualidade fluída. Por exemplo, não transamos toda a vida exatamente do mesmo jeito, isso pode variar na medida em que vamos tendo mais experiências sexuais e encontrando outras pessoas parceiras e até aprendendo novas práticas sexuais”.

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