OTANcracia

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Por Thomas Farran
Mais de dois anos depois, como está a Líbia após o processo de "libertação de democratização" do país realizado pelas mãos da OTAN?

Uma rápida atualização:



- Os portos para escoação da produção do petróleo tem estado sob controle de diferentes grupos armados, comprometendo assim uma das poucas fontes comerciais do país.
- No ambiente de "terra sem-lei", imperam-se os confrontos tribais, que fragmentam ainda mais o país.
- Esse ambiente fragmentado e irrestrito acabou por tonar a Líbia um dos destinos para extremistas.
- Sequestros atingem um novo recorde.
- Assassinatos políticos idem.
- Na falta de uma polícia estatal para manter a segurança, milícias locais tem sido empregadas.
- Carros bombas e diferentes atentados tem sido frequentes.
- Estupro é epidêmico.
- Homossexualismo continua a ser uma abominação perante o Estado.
- Pessoas continuam desaparecidas, inclusive orfãos.
- O governo líbio, em meio ao caos, apela para ajuda internacional para lidar com a quantidade de armas traficadas para o país aquando da guerra, e que lá continuam.
- A ONU, cúmplice da situação atual, emitiu um relatório essa semana que, em outras palavras, coloca que a intervenção afinal não tenha sido um bom plano.

A exemplo do Afeganistão e do Iraque, o modelo de intervenção na Líbia serviu apenas para prolongar a desestabilização e fragilizar a região, e mesmo que Obama rejeite a ideia de soldados em terreno, o mesmo modelo tem sido aplicado na Síria.
Para a comunidade internacional os líbios não são problema, porque o povo líbio nunca foi a questão.
Os resultados da OTANcracia estão aí.
Cui bono?


Imagem: Associated Press