Bancada fundamentalista planeja um Brasil teocrático

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"Indiretas Feministas"
Já faz um tempo que a bancada fundamentalista, suas ações e investidas políticas para aumentar seu número me preocupa. Minha preocupação intensificou quando o Pastor Marco Feliciano assumiu a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal. Afinal, a comissão que deveria garantir os direitos de grupos vulneráveis como homossexuais e pessoas transexuais passou a ser liderada por uma figura que luta contra os direitos humanos dessas pessoas e fiquei ainda mais tensa quando houve uns boatos de que ele pretendia se candidatar à presidência. Mas nesse momento, o medo das eleições de 2014 acabou de atingir níveis alarmantes: Uma propaganda do PSC, de quase dez minutos, acabou de passar num dos horários mais assistidos na emissora Globo. Em toda a propaganda se vê aquele papinho de valorização da família, aquele papo que dá pra ver claramente que fazem uso dos ideais de uma certa religião para basear toda a ideologia do partido e que isso serve de desculpa para atentar contra os direitos humanos.
Indiretas Feministas
Dá para perceber claramente que a intenção do partido é aumentar seu número na Câmara Federal, nas assembleias estaduais e no poder executivo. E a gente sabe muito bem que a motivação para que esse número aumente é porque com mais gente há mais chance de barrar qualquer projeto de lei, política pública ou qualquer coisa do tipo que vise a garantia de direitos para grupos vulneráveis. A propaganda do partido ser tão longa, tão bem produzida e o fato de que já começou a ser divulgada como quem não quer nada deixa claro que o poder/dinheiro que eles tem disponíveis é enorme e eles usarão todos os recursos possíveis. Só o fato de existir um partido que afirma que seus ideias se sustentam nos dogmas de uma religião num Estado Democrático de Direito e ele ter tanto poder/dinheiro para conseguir quase 10 minutos de propaganda política antes do Jornal Nacional já dá para a gente questionar bastante questões como a laicidade do Estado e a própria democracia. Principalmente quando esse partido luta justamente contra qualquer mudança que inclua garantir direitos e proteção de discriminações à comunidade lgbt*, luta contra os direitos reprodutivos e sexuais das mulheres cis e demais pessoas que tem útero e que faz uso de um discurso religioso para ganhar poder e justificar discriminações.
Indiretas Feministas
O discurso do Feliciano não é único. Ele está no PSC, está em outros políticos, está na sociedade num todo. E a gente tem que combatê-lo, porque eu realmente não quero viver num país que é completamente dominado por pessoas machistas, misóginas, racistas, que discriminam quem tem a orientação sexual diferente da hétero, que discrimina e impede que pessoas trans tenham o mínimo de dignidade e há muita gente usando muitos recursos financeiros e de poder para garantir que o fundamentalismo seja uma voz quase única em todas as esferas de poder. Eu não quero viver numa teocracia. Esse status foi postado originalmente no perfil do facebook de Thaís Campolina, mas houve pedidos para que o texto fosse postado aqui também. "Afinal, quem o Marco Feliciano representa?" - texto do Ativismo de Sofá