Empresas: Menos ego e mais responsabilidade!

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Foto por Raphael Araújo

Esse mês de agosto foi marcado pela crítica à publicidade machista em vários coletivos e blogs feministas e acabou por gerar a "Marcha nacional contra a mídia machista", que aconteceu no último sábado, dia 25 de agosto. O estopim dos protestos foi a imagem publicada na página da prudence, marca de preservativos, que fazia apologia ao estupro. Assim, como quem não quer nada, estava escrito lá: "tirar a roupa sem o consentimento dela". Amigos, entendam, sem consentimento é estupro. Seguido à isso, houve o caso da Nova Schin, que nos jogou na cara uma propaganda em que homens se tornam invisíveis e resolvem bolinar mulheres, o que para nossa legislação, configura estupro. 40 segundos de puro horror.

Por que estou novamente falando no assunto? Porque na segunda-feira passada, a DKT que é detentora dos preservativos Prudence, Sutra e Prudence l'amour lançou uma página no Facebook com a intenção de minimizar os danos que a propaganda equivocada causou na sua imagem. 

Vamos ser pragmáticos, não podemos esperar das empresas que elas sejam caridosas e altruístas, o que podemos esperar e exigir é responsabilidade, como forma de agregar valor à marca. Capitalismo é isso aí, onde há lucro o altruísmo praticamente inexiste. Mas isso não tira o valor das iniciativas das empresas para a construção de um mundo melhor. Então, essa é mais uma conquista que conseguimos através do ativismo nas redes sociais, pressionamos uma empresa a mudar sua postura e se responsabilizar pelo seu erro. O resultado está aqui

Achei que a proposta da DKT foi tímida, no sentido de sua efetividade, pois levar propostas à secretaria de políticas públicas para as mulheres não é algo difícil de realizar e já vem sendo feito. Mas o espaço que a DKT criou está aberto à sugestões e quem tiver uma idéia de como ampliar a ação em prol do fim da violência contra a mulher pode se manifestar. Entretanto, ao mesmo tempo que é tímida quanto à efetividade é ousada em atrelar a marca à um tema difícil, doloroso, invisibilizado. Acho que a DKT e a prudence ganham pontos com o público feminino, que também é consumidor, que usa camisinha, que faz sexo.


Foto por ADphotos
Gostaria que tudo isso servisse de exemplo para empresas como a Nova Schin, que tripudiam em cima das consumidoras, ao não admitir seus erros conosco, ao nos bloquear quando deveria nos ouvir. Vale lembrar que a propaganda "Homens invisíveis" saiu do ar, para evitar maiores danos, claro. Mas o estrago está feito e parece irremediável. Não dá para confiar numa empresa que reage às críticas da maneira como a Nova Schin reagiu. Exigimos menos ego e mais responsabilidade.