Pela vida das mulheres

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Imagem via Feministas do Cariri

Hoje é o dia de luta pela descriminalização do aborto na América Latina e Caribe. É um dia no qual as mulheres saem às ruas em busca de seu direito de decidir o melhor pra si, o direito de autonomia sobre seu corpo e também o direito a própria vida. 

A criminalização do aborto não evita que os abortos aconteçam, a criminalização faz com que mulheres grávidas e que desejam abortar busquem clínicas clandestinas perigosas e utilizem instrumentos médicos sem auxílio, limpeza e proteção e acabem morrendo por complicações. 

Hoje é o dia de se perguntar sobre o valor da vida das mulheres em nossa sociedade machista que vê a proibição do aborto e a obrigatoriedade de levar a gravidez adiante como uma punição para aquela mulher que fez sexo. Hoje é o dia de se perguntar se todos nós temos hoje acesso à informação, aos contraceptivos e a educação sexual. Hoje é dia de se perguntar porque punir a desconhecida e tratar a pessoa da família com discrição, como a música "Ventre Livre de Fato" expõe. 

Ao falar de aborto no mundo, percebe-se que há mulheres que buscam a descriminalização do aborto, outras que buscam que seus países mantenham a legislação conforme está porque não querem ver a revogação de seu direito e outras que buscam a real efetividade da descriminalização em seus países, porque na prática, acontecem diversas pressões por parte dos médicos e do povo para que o aborto não aconteça. Mesmo em países em que esse direito é assegurado, a luta continua para que haja cumprimento da lei e para evitar qualquer retrocesso. 

Nomear a luta contra a descriminalização do aborto de pró-vida é ignorar as mortes de muitas mulheres. A luta pela legalização e descriminalização do aborto é uma questão de direitos humanos, de autonomia feminina, de educação sexual, de saúde pública, de estado laico, de dignidade humana e de vida.

Imagem via O Machismo nosso de cada dia

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Obs: Não só mulheres podem engravidar, homens trans e pessoas não binárias que tem útero também podem. Logo, todos os direitos defendidos pelo texto, como o aborto seguro e educação sexual, se estendem a essas pessoas.