Russomano, quem nasceu pra Dolly chegará a Tubaína?

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Empresa de Russomanno tem bens bloqueados

Sócio do candidato, Laerte Codonho, dono da Dolly, foi condenado em 2011 por crime contra a ordem tributária

Fernando Gallo e Julia Duailibi, de O Estado de S. Paulo

30/07/2012 lson de Freitas/AE. Russomanno, candidato a prefeito de São Paulo, teria recebido dinheiro de sócio para campanha

A ND Comunicação, agência de publicidade da qual o candidato à Prefeitura de São Paulo Celso Russomanno (PRB) é sócio, está bloqueada judicialmente e com os bens indisponíveis. O bloqueio, pedido pela Fazenda Nacional e autorizado pela Vara da Fazenda Pública de Diadema, ocorreu em 19 de março deste ano e tem como alvo o empresário Laerte Codonho, sócio do candidato e dono da marca de refrigerantes Dolly.

Estado revelou no sábado, 28, que, em 2004, Russomanno, que se apresenta ao eleitorado e em programas de TV como defensor dos consumidores, usou seu mandato na Câmara para defender Codonho em audiência pública. Depois, o empresário tornou-se, além de sócio, o maior doador de campanha do ex-deputado federal na disputa ao governo paulista em 2010 e patrocinador de um de seus programas de TV.

Codonho foi condenado a cinco anos de prisão em regime semiaberto em novembro de 2011, por crime contra a ordem tributária. Ele recorre da decisão em tribunais superiores.

Na ação penal a que o empresário responde e que corre sob segredo de Justiça, a desembargadora Ramza Tartuce informa que Codonho foi condenado por crimes relatados pela Receita Federal. Segundo a desembargadora, o Fisco informou ter verificado, em auditoria feita na Dolly, a sonegação de impostos por meio da omissão de receitas. A Receita, então, encaminhou uma representação criminal contra Codonho e a empresa.

Esquema. Uma testemunha que relatou à Justiça o suposto esquema de sonegação foi o ex-funcionário Pedro Quintino de Paula, que trabalhou na Dolly entre 1995 e 2001. Em entrevista ao Estado, Quintino afirmou que Codonho ordenava o pagamento de 20% dos tributos devidos.

"No ano 2000, eles chegavam a sonegar entre R$ 1,8 milhão e R$ 2 milhões por mês", afirmou. "Desde o inicio pagávamos 20% do valor dos impostos que deveriam ser pagos. Nunca se recolheu 100%."

Quintino disse que uma gráfica imprimia notas fiscais em duplicidade para a Dolly. "Repetia o mesmo número duas vezes, ou até três, quando precisava para fazer um valor de 20% para o Fisco e de 100% do cliente."

O ex-funcionário foi convidado por Russomanno para a audiência em que ele defendeu a Dolly. Segundo Quintino, a reunião foi um jogo de "cartas marcadas". "A audiência toda foi comandada pelo Laerte Codonho." Ele disse avaliar que o empresário e Russomanno tenham combinado o tom do encontro.

Procurado, o empresário não respondeu até a edição ser concluída. Em 2004, na audiência, Codonho chamou Quintino de "bandido" e "estelionatário" e afirmou ter provas de que o ex-funcionário roubara a Dolly e de que ele fora infiltrado na empresa pela Coca-Cola, com quem travava uma disputa industrial.

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