Bolsa família, Eduardo Cunha, PMDB, Aécio, Serra, Reforma Política e aprendizados...

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"O aprendizado é para quem ainda trata o Bolsa Família como algo desprezível. A dimensão e a força da reação ao boato ensinam. Ensinam a quem ainda não aprendeu o que significam, para quase 14 milhões de famílias, esses R$ 24 bilhões a cada ano.

Falta um ano e meio para a eleição. Quem enxerga o Bolsa Família e medidas de redistribuição de renda como "esmola" deve, enfim, ter aprendido algo com o tamanho e a força da reação ao boato." Bob Fernandes.

Reação ao boato mostra força do Bolsa Família

Por: Bob Fernandes 20/05/2013

O boato do fim do Bolsa Família. A convenção nacional que tornou Aécio Neves presidente do PSDB. A votação da Medida Provisória dos Portos e a chantagem de uma porção do PMDB.. São três fatos e notícias diferentes, mas o pano de fundo é o mesmo: as eleições em 2014, a sucessão presidencial.

Eduardo Cunha é o líder do PMDB na câmara. Para aprovar a chamada MP dos Portos, uma facção do PMDB buscou chantagear o governo. Com o de sempre: cargos e liberação de dinheiro. Ou, o voto contra.

Foi assim que o PMDB agiu nos governos Sarney, Collor, Itamar, Fernando Henrique e Lula. Assim o PMDB age no governo Dilma. Assim o PMDB agirá no próximo governo, seja quem for o governante.

A conversa é antiga; enquanto não houver uma reforma política digna do nome será assim. E Eduardo Cunha é apenas isso: Eduardo Cunha. Não há como ser diferente do que sempre foi.

O PMDB age assim porque sobrevive de governos e eleições. E no ano que vem tem eleição presidencial. Por isso, a eleição, o candidato do PSDB à presidência da República, Aécio Neves, foi tornado presidente do partido.

Por isso, mais uma vez, Serra foi Serra. José Serra discursou na convenção do PSDB falando em "unidade das oposições". Mas não tocou no nome de Aécio. Serra enxerga Aécio Neves como adversário. Ou, fiel a seu modo de ser, como "inimigo".

Serra não citou o nome de Aécio e continua querendo ser candidato a presidente da República.

Bolsa Família. Ainda não se sabe quem ou quais foram os responsáveis pelo boato. A PF tentará rastreá-los. Parece muito difícil chegar à origem. Que seria o Maranhão, de onde se espalhou para, pelo menos, 9 estados. Ao que parece, muito mais via telefone do que pelas redes sociais.

Sob pena de leviandade, não dá para lançar suspeitas sobre ninguém, nem sobre partido algum. Tudo é possível. A polícia talvez nunca encontre a origem. Isso pode até ter nascido de uma brincadeira irresponsável, mas ficam as dúvidas e o aprendizado. As dúvidas são quanto ao quem e por que.

O aprendizado é para quem ainda trata o Bolsa Família como algo desprezível. A dimensão e a força da reação ao boato ensinam. Ensinam a quem ainda não aprendeu o que significam, para quase 14 milhões de famílias, esses R$ 24 bilhões a cada ano.

Falta um ano e meio para a eleição. Quem enxerga o Bolsa Família e medidas de redistribuição de renda como "esmola" deve, enfim, ter aprendido algo com o tamanho e a força da reação ao boato.