Marina deveria se sentir constrangida bem antes de seu partido se aliar com tucanos

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Marina deveria se sentir constrangida bem antes, precisamente quando não conseguindo registrar seu partido aceitou ser vice de Dudu e participar da coligação de Jorge Bornhausen, ela que tanto critica alianças do PT está coligada com o que há de mais reacionário na política brasileira.

Talvez isso explique o silêncio da ambientalista Marina diante do sucateamento da Sabesp feita pelos tucanos em São Paulo e o escandaloso racionamento que vivemos.

Campos constrange Marina e diz que aceita fazer campanha com Geraldo Alckmin Por Wanderley Preite Sobrinho, Último Segundo 26/07/2014 Ao lado da vice, candidato do PSB disse que campanha com governador é “natural”, embora o PSDB tenha candidato próprio e Marina rejeite a aliança

Ao lado de uma Marina Silva visivelmente constrangida, o candidato do PSB à Presidência Eduardo Campos aceitou fazer campanha ao lado do governador de São Paulo e candidato à reeleição Geraldo Alckmin (PSDB). Marina, vice de Campos, já afirmou que não sobe no mesmo palanque que o tucano, cujo partido tem seu próprio candidato a presidente, o senador mineiro Aécio Neves.

A admissão foi feita durante entrevista coletiva na madrugada de sexta para sábado (26) em São Paulo logo depois de um evento que lançou, pelo partido de Campos, a candidatura de dez aliados de Marina ao Legislativo.

Assista a declaração de Eduardo Campos aqui

A declaração do candidato foi uma resposta a Alckmin, que na última quinta-feira (23) afirmou que estaria ao lado de Campos se fosse convidado, apesar de o PSDB ter lançado a candidatura de Aécio ao Planalto. “Se ele [Campos] convidar, terei a maior alegria [de fazer campanha com ele]. Eu tenho apreço pelo PSB e venho recomendando ao partido que ajude o nosso programa de governo", disse o governador na ocasião.

As especulações sobre a aproximação de ambos ganhou força depois que o candidato do PSB inaugurou comitês eleitorais no interior paulista esta semana com material de campanha em que aparece ao lado do tucano.

Wanderley Preite Sobrinho/iG Marina Silva e Eduardo Campos durante coletivo para o lançamento da candidatura de dez aliados de Marina ao Legislativo

Ao ser questionado sobre a disposição de Alckmin, Campos garantiu que ainda não conversou com o governador, mas sabia da declaração e não via “nada demais”. “Se tiver alguma atividade em algum lugar que apoie nós e a ele, que estejamos todos nessa atividade”, afirmou o candidato ao lado de Marina, que imediatamente desfez o sorriso. “Se tiver uma atividade, um prefeito, inauguração deu um comitê, uma atividade, não vejo nada demais. Uma coisa completamente tranquila."

Quando Marina foi questionada sobre aquela declaração, Campos interrompeu a pergunta ao dizer que esse não era um assunto a ser discutido e culpou a imprensa por insistir. “Temos de discutir o Brasil, a economia do Brasil. Eu fico impressionado como é que a mídia insiste em fazer somente esse debate.”

Campos sobe?

Durante seu discurso em evento no bairro da Liberdade, centro de São Paulo, Marina comparou sua candidatura presidencial de 2010 à atual, de Campos, ao lembrar que ninguém acreditava que ela cresceria nas pesquisas. “Primeiro diziam que eu estava estacionada em 8%, depois que eu estava estacionada em 12%, depois em 15%, mas terminei com 20% dos votos.”

A candidata a vice disse que aposta todas as fichas no horário eleitoral gratuito. De acordo com o Ibope, Campos, como 8%, está em terceiro lugar na corrida pelo Planalto. Ele terá 1 minuto e 49 segundo de propaganda na TV, enquanto Aécio, segundo colocado, tem 22% das intenções e 4 minutos e 31 segundos na televisão, menos da metade dos 11 minutos e 48 segundos da presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff, líder nas pesquisas com 38% das intenções de voto.