Bolsonaro volta a chamar torturador Brilhante Ustra de “herói nacional”

Ustra também foi o primeiro militar brasileiro a responder por um processo de tortura durante a ditadura

Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil
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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou a saudar nesta quinta-feira (8) a memória do torturador e coronel Brilhante Ustra, chefe do DOI-Codi durante a ditadura militar. Para o presidente ele é um “herói nacional”. Ustra morreu em 2015, aos 83 anos. Bolsonaro falou com jornalistas sobre um almoço marcado para esta quinta com a viúva de Ustra, Maria Joseíta Silva Brilhante Ustra. “Tem um coração enorme. Eu sou apaixonado por ela. Não tive muito contato, mas tive alguns contatos com o marido dela enquanto estava vivo. Um herói nacional que evitou que o Brasil caísse naquilo que a esquerda hoje em dia quer”, afirmou o presidente. O DOI-Codi era o órgão de repressão política no período do governo militar. Entre 29 de setembro de 1970 a 23 de janeiro de 1974, período em que o coronel esteve à frente do DOI-Codi, foram registradas ao menos 45 mortes e desaparecimentos forçados, de acordo com relatório elaborado pela Comissão Nacional da Verdade. O relatório final da Comissão da Verdade apontou 377 pessoas, entre elas Ustra, como responsáveis diretas ou indiretas pela prática de tortura e assassinatos durante a ditadura. Recorrente As referências de Bolsonaro a Ustra são frequentes. Quando deputado federal, ele chegou a responder processo no Conselho de Ética da Câmara pelos elogios que fez ao coronel durante seu voto pela abertura de processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016. “Pela família e inocência das crianças que o PT nunca respeitou, contra o comunismo, o Foro de São Paulo e em memória do coronel Brilhante Ustra, o meu voto é sim”, proclamou Bolsonaro na ocasião.