Em defesa de Ivana Jinkings e da Boitempo

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A diretora e fundadora da Boitempo passou a ser ameaçada com telefonemas agressivos e mensagens covardes. Tudo por ter decidido lançar obras com fundamentos do pensamento de Marx para crianças Por Gilberto Maringoni As ameaças fascistas à Ivana Jinkings, editora da Boitempo, são gravíssimas. Mesmo sabendo-se tratar de esgares de grupelhos isolados socialmente, não convém vacilar. Sua casa editorial tornou-se presença marcante e referência na vida intelectual e política do país nas últimas duas décadas. Ivana dignificou a edição de livros do pensamento crítico, no mais das vezes realizados anteriormente com rarefeito apuro editorial e gráfico. Sem ter um banco ou algum aporte significativo de capital, essa brava paraense de família comunista herdou o melhor das tradições cabanas de sua terra. Corre riscos, trabalha como uma moura, vara madrugadas e nos brinda com edições impecáveis. Sua última façanha é tirar Lenin do baú dos malditos e recolocar na praça novas traduções de um dos maiores intelectuais do século passado. Agora, vagabundos que se esgueiram pelas sombras passaram a ameaçá-la com telefonemas agressivos e zaps covardes. Tudo por ter decidido lançar obras com fundamentos do pensamento de Marx para crianças. Ivana Jinkings é um patrimônio da cultura brasileira, uma editora da linhagem de Enio Silveira (1925-96), também comunista e editor da Civilização Brasileira. É urgente denunciar e exigir das autoridades paulistas garantias de segurança a Ivana Jinkings e à Boitempo.