Ecad, topo o debate. Pode escolher data e local

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A direção do Ecad me enviou um comentário na postagem em que trato da questão da mudança de postura do MinC em relação à questão da propriedade intelectual e dos direitos autorais. Num trecho deste comentário, a nota assinada pelo Ecad diz que “entendemos que críticas fazem parte de um cenário de democracia onde todos podem emitir suas opiniões, mas antes é preciso que as pessoas busquem informações corretas para que se evite o desrespeito ao Ecad...” Talvez eles tenham razão na parte onde afirmam que não respeito o trabalho do Ecad. É fato. Acho que a entidade faz um desserviço à cultura brasileira e que atua mal inclusive naquilo que se propõe. Essa análise não é só minha. Muitos músicos pensam o mesmo. Por outro lado, o comentário enviado para o blogue pela associação afirma que "deveria me informar antes de emitir opinião". Achei ótimo esse trecho. Ou seja, eles me acham um pato. Sendo assim, seria presa fácil num debate sobre propriedade intelectual e direitos autorais. Então, está feito o desafio. Eles podem agendar data e local (só exijo que haja transmissão pela internet e abertura para a participação do público) que eu apareço para apresentar a minha ignorância. A proposta é séria. Já tive oportunidade de participar de um debate com um representante do Ecad num evento organizado pela Abraço, onde se discutiu a cobrança da taxa da instituição dessas emissoras. Na ocasião, disse que se recebesse essa cobrança, rasgaria. Porque ela seria ilegal e imoral. O representante do Ecad disse o contrário e afirmou que eu estava colocando em risco as rádios com aquela afirmação. Até onde sei a Abraço derrotou o órgão em primeira instância. Se não me engano, quem representou o Ecad naquele encontro foi o Márcio Fernandes, gerente de arrecadação. Uma pessoa muito polida e educada. E que pôde comprovar que este blogueiro não morde. Mas também não assopra. A discussão sobre como deve ser a regulamentação da propriedade intelectual é estratégica para o desenvolvimento cultural do Brasil. Aliás, tão estratégica quanto à lei de patentes na indústria farmacêutica. A defesa dos interesses da indústria cultural contra a difusão da cultura é tão danosa quanto à ação das empresas do setor farmacêutico. Umas impedem milhões de pessoas de ter acesso à cura de certas doenças. Outras atuam para que cultura seja algo privado e tratado unicamente como mercadoria para alguns. O desafio está lançado. Estou no aguardo do contato do pessoal do Ecad, que se considera muito bem informado sobre o tema.