O governador Geraldo Alckmin merece uma chance

Como em 1999, há uma operação em curso. Um golpe que conta com o silêncio midiático. Um golpe que pode quebrar, sem exageros, São Paulo.

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alckmin                         Caro eleitor paulista, sei que você tem uma alma generosa e não se incomoda nem um pouco com os possíveis equívocos do governador Geraldo Alckmin. Afinal, errar é humano tanto na terra como no céu. E Alckmin, apesar de homem religioso, tem lá os seus problemas com São Pedro, que não está sendo nada legal com ele. Vai faltar água em São Paulo, caro paulista, e não apenas de vez em quando e em algumas horas. Hoje, alguns especialistas já afirmam que teremos que impor 5 litros diários por habitante para o consumo até que seja solucionada a crise. Isso é quase uma tragédia. Viveremos numa situação próxima a de uma guerra. Esse racionamento surreal não impactará apenas no nosso dia-a-dia individual, como no ato de escovar os dentes, lavar as mãos e dar a descarga, mas também na economia. Por exemplo, quem trabalha com piscicultura em São Paulo já está quebrando. Porque não há água para os tanques com peixes. Fábricas que usam água na produção já estão dando férias aos seus trabalhadores, quando não demitindo-os. Já há problemas na produção de alimentos, na pecuária, em hotéis, bares, restaurantes, escolas e creches. Ou seja,  todos os segmentos sofrerão com a falta de água. São Paulo correo risco de entrar em colapso. E provavelmente se o governador Geraldo Alckmin tivesse mais seriedade no tratamento dessa situação e não tivesse apenas fazendo um cálculo eleitoral, já teria anunciado um racionamento mais drástico. Ao que tudo indica essa situação vai se arrastar assim até o dia 5 de outubro, mas depois será inevitável impor um plano de controle do consumo. E aí o estelionato eleitoral ficará claro. Como em 1998, quando Fernando Henrique segurou o câmbio a um elevado custo para o país que abriu 1999 na posse do seu segundo mandato já indo à breca. O Brasil quebrou para reeleger FHC. Poucos se recordam dessa história. Mas já no dia 13 de Janeiro de 1999, o presidente do Banco Central, Gustavo Franco, que hoje vive a dar conselhos para melhorar a economia do país, pediu demissão. Assumiu o BC um certo Francisco Lopes, que anunciou a criação de uma nova modalidade de controle cambial, denominada "banda diagonal endógena". Isso mesmo, o tucanês também chama racionamento de água de controle de consumo e culpa São Pedro pela sua falta de competência de gerir a Sabesp.  Como o BC estava com as reservas cambiais baixas, ele não conseguiu manter o dólar no limite da banda, que era R$ 1,32, e foi obrigado a permitir a flutuação do câmbio. Com isto, o Real se deteriora e chega a R$2,16 em marco de 1999. Mas, antes disso, Francisco Lopes ficou apenas 21 dias à frente do BC e foi substituído. Vejam só como os tucanos eram responsáveis na condução da economia. Lopes foi indiciado pela PF por acusação de peculato e em 2005 foi condenado a dez anos de prisão em regime fechado, mas a sentença foi reduzida para quatro anos em 2008. Ele teria favorecido com informações privilegiadas naquela desvalorização entre outros, o ex-banqueiro do Marka e FonteCidam, Salvatore Cacciola. Além de quebrar o país, o gran-tucanato deu um golpe para se favorecer na quebra. E depois da queda de Lopes, o então Ministro Malan o substituiu por Armínio Fraga, que Aécio Neves já convocou para ser seu ministro da economia. O craque Arminio Fraga deixou com que o dólar chegasse a bater, em outubro de 2002, em R$4,82. Aliás, com um objetivo também eleitoral. De mostrar que o mercado estaria assustado e que o país poderia sofrer ainda mais se elegesse Lula. Na média, Fraga nos entregou um dólar a R$ 4,00. Além disso, nos deixou com um salário mínimo pífio, um desemprego imenso e uma dívida monstruosa. A crise da água em São Paulo, amigos deste estado, não será diferente. E ao que tudo indica não está nada fácil segurá-la até o dia 5 de outubro. Quanto mais até o dia 26.Por isso, digo, Alckmin merece uma chance. Ele precisa disputar o segundo turno para, no mínimo,  ter de explicar essa catástrofe que se anuncia. Se isso não acontecer, o estelionato eleitoral será perfeito. Mas, anotem, antes de novembro deste ano São Paulo vamos ser informados da realidade de fato. E ela será terrível. Como em 1999, há uma operação em curso. Um golpe que conta com o silêncio midiático. Um golpe que pode quebrar, sem exageros, São Paulo.