Se não for candidato, Lula vai apoiar a chapa Ciro e Haddad

Quem acha que para o campo progressista só há uma opção, no caso Lula, é melhor começar a observar com mais carinho os sinais do ex-presidente

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O plano A da disputa de todos os petistas e mesmo da maioria dos movimentos sociais e do campo popular para 2018 é Lula. Há uma clara percepção de que se a sua candidatura for possível, ele tem imensas chances de vitória. Nas contas de alguns petistas, Lula pode chegar nas pesquisas de abril batendo nos 40% de intenção de votos no primeiro turno. E isso levará parte do empresariado a reabrir pontes com o petista. Nos últimos dias, aliás, Lula já estaria sendo procurado por representantes do setor produtivo que estão incomodados com a política econômica de Temer e com o excesso de neoliberalismo do seu governo. A percepção é que essa política está tirando a já baixa competitividade dos produtos nacionais. Lula tem dito que não vai deixar de lutar pelo Brasil,  mas que sua prioridade atual é se defender das acusações injustas que sofre. Ao mesmo tempo que não nega sua possível candidatura, tem elogiado Ciro Gomes e sinalizado que o PT não precisa ter a cabeça de chapa. Lula, inclusive, fez questão de chamar Ciro Gomes para a inauguração alternativa das obras do Rio São Francisco. Neste domingo, Lula, Ciro e Dilma estarão juntos na Paraíba. É um sinal de que ele não pretende ter o cearense como adversário. Ao contrário, quer Ciro ao seu lado. Se por algum motivo sua candidatura for inviabilizada, Lula pretende sair a tiracolo com o ex-ministro e considera que o PT poderia oferecer como vice o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Ciro e Haddad tem boa relação, se respeitam e aceitariam o projeto. Ao mesmo tempo sabem que o Plano A é Lula. E neste caso há quem defenda que o petista chame Ciro para ser seu vice. Essa operação é mais questionada. Lula não tem debatido isso publicamente, mas há muita gente no PT que chama essa chapa de pão com pão. Ou seja, Ciro não traria votos novos a Lula. Ao mesmo tempo, o golpe em Dilma fez com que muitos passassem a defender um vice completamente alinhado. Ciro só deu demonstrações neste sentido desde 2002. Ou seja, quem acha que para o campo progressista só há uma opção, no caso Lula, é melhor começar a observar com mais carinho os sinais do ex-presidente. Ciro é seu plano B, com Haddad de vice.