O preço do cimento e a força do auxílio emergencial

Quem está melhorando sua condição de vida por conta deste dinheiro a mais atribui a felicidade ao governo Bolsonaro. Por isso ele cresce nas pesquisas

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O cimento aumentou de 30% a 40% no balcão da loja. E está em falta. Tem sido vendido com pagamento a vista. Um comerciante fazendo troça com a situação atual me disse: "a nota chega antes do produto".

O aumento se deve sim, amigos, ao auxílio-emergencial. Aquela família que precisava recuperar uma laje, arrumar umas paredes, fazer mais um quartinho e tem recebido 600 ou 1,2 mil reais por conta da pandemia, tá aproveitando pra comer um pouco melhor e fazer uma reforminha.

A Pesquisa Fórum revela que 80 milhões dizem receber o auxílio-emergencial e que desses 16 milhões recebem 1,2 mil reais.

É uma enormidade de dinheiro a mais pra quem ainda conseguiu manter o trabalho ou os bicos que fazia.

O Brasil é o país da informalidade. E muita gente que está recebendo o auxílio trabalha. É manicure, faxineira, faz carreto, é motoboy etc.

Esse dinheiro acabou aumentando a renda. E isso gerou uma certa inflação na construção civil.

Quem está melhorando sua condição de vida por conta deste dinheiro a mais atribui a felicidade ao governo Bolsonaro. Por isso ele cresce nas pesquisas.

Estava evidente que Bolsonaro iria fazer de tudo pra segurar esse bom momento até as eleições. Havia quem dissesse que essas eleições não são prioridade para ele, que sequer teria um partido político. Ingenuidade.

Bolsonaro é um animal político e sabe da importância de sair mais forte dessas eleições municipais. E vai garantir, mesmo que reduzido, o auxílio. E vai lucrar com isso.

Essas eleições se darão com um Bolsonaro forte e casas reformadas. A não ser que um tsunami aconteça de agora pra 15 de novembro. E milhares de candidatos vão se dizer representantes de Bolsonaro. E vão ter mais votos com isso.

Será uma tragédia para oposição? Não. Isso ainda não está dado. Mas será uma das eleições mais angustiantes e terríveis dos últimos tempos. E vamos ter que engolir tijolos de aflições sem desesperar ou querer culpar o povo. Porque o povo não é o culpado por precisar de tijolos.