Covid-19 e suspensão de voos

O Brasil parece que continua a brincar com fogo em relação à Covid-19. Enquanto que na América do Sul países suspendem os voos para a Europa, aqui eles continuam a operar normalmente

Novaiorquinos protegidos contra o coronavírus (foto: Xinhua)
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O Brasil parece que continua a brincar com fogo em relação à Covid-19. Enquanto que na América do Sul países como a Argentina, Bolívia, Peru, Equador, a exemplo dos Estados Unidos, suspendem os voos para a Europa, aqui eles continuam a operar normalmente.

Ontem em entrevista à Globonews, o Secretário-Executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, afirmou o óbvio: a imensa maioria dos casos no Brasil se deu por via aérea, em sua maioria vindos da Europa, justificando que não via ainda a necessidade de se suspender - na visão do Ministério (eu ouso discordar disso também) - as aulas no País.

Ora, se é o caso, e a intenção é de atenuar a curva de utilização da rede hospitalar do Brasil para que um País com limitações na rede hospitalar possa vir a atender a demanda esperada (já vista em vários outros países), porque não seguir o exemplo de vários outros países, inclusive da vizinha Argentina? Além disso: se os voos operarem normalmente, será por aqui que aqueles eventualmente impedidos de pousar em outros países irão desembarcar. Infelizmente o tráfego aéreo neste momento não é uma decisão colegiada entre os Países e cada um está a tomar a sua decisão individual, senão haveria uma decisão mais racional e menos individualista.

Neste caso, deixando os aeroportos abertos sem controle, acaba sendo contraproducente do ponto de vista epidemiológico. Os portos, inclusive, já foram fechados por recomendação do mesmo Ministério da Saúde.

Se a preocupação - razoável a princípio - for com as consequências econômicas do impacto no turismo - é importante lembrar que uma recuperação rápida será muito menos impactante do que um eventual gravame semelhante ao que se testemunha na Itália, por exemplo. Ou seja, seria um raciocínio aparentemente lógico, mas falho. Que se aja logo.

Caso em curto ou médio prazo isso venha a se mostrar desnecessário, melhor ainda, vencido o pesadelo, bola pra frente e voltemos à programação normal.

Até lá, não arrisquemos e aproveitemos enquanto há tempo.