André Figueiredo (PDT) diz que PT manobra para conseguir cargos

Líder do PDT critica hegemonismo do PT; Freixo diz que "não vai aceitar puxadinho de bloco comandado e manipulado pelo atual presidente" e crise na esquerda se agrava

Foto: Agência Câmara
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A eleição para a presidência da Câmara dos Deputados agravou o racha entre partidos de esquerda. Tanto os líderes do PT, quanto os líderes do PDT e PCdoB reivindicam as duas vagas em aberto: a de líder da Oposição e líder da Minoria. "Nós formamos um bloco maior do que o deles. Então esse direito cabe a nós. O problema é que o PT se acostumou a manobrar", disse ao blog o líder do segundo bloco de oposição, André Figueiredo (PDT). Segundo o vice-líder do PT, Carlos Zarattini, o partido reivindicará tanto a vaga de líder da Oposição quanto do líder da Minoria. O congressista justifica que, por mais que o bloco liderado por PDT e PCdoB sejam maiores, eles não seriam uma oposição pura ao governo Bolsonaro. Figueiredo partiu para o contra-ataque e disse que o PT passa por uma crise de identidade após o partido ter sido afastado do poder. "Mesmo depois de toda manobra que eles fizeram para destruir nosso bloco, levando o PSB para o entorno deles, nós conseguimos fazer um bloco muito maior do que o deles e vamos disputar os espaços que são naturais".

Para entender: a Maioria é formada pelo bloco ou representação partidária que represente a maioria absoluta (metade + 1 de todos os membros) dos deputados da Câmara; por sua vez a Minoria é constituída pelo maior bloco parlamentar ou representação partidária que seja inferior ao número de componentes da maioria e de opinião diversa dela.

“Puxadinho de bloco”

Em coletiva de imprensa, Marcelo Freixo, do PSOL, jogou mais lenha na fogueira. “O que a gente adianta é que não vamos aceitar puxadinho de bloco comandado e manipulado pelo atual presidente, para fingir que tem uma oposição outra que não a gente. O nosso bloco tem legitimidade para ser oposição ao Bolsonaro. Não vamos aceitar que entre um bloco com cesta de partidos feitos pelo atual presidente para ter o controle da maioria e da minoria. A gente não quer bloco do ‘sim’ e do ‘sim senhor’”. Havendo impasse, Freixo não descartou judicializar a questão. “A gente formou um bloco e quer ser respeitado como bloco de oposição. Isso o regimento garante e a gente vai brigar por isso”, afirmou.