Centro Acadêmico da UnB rebate professor que defende corte de recursos para pesquisa

Pesquisador defende que "sacrifícios" são necessários diante do atual cenário econômico; Centro Acadêmico diz que "cortes representam um desmonte deliberado da educação superior pública"

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O Centro Acadêmico de Educação Física (CAEDF) da Universidade de Brasília (UnB) divulgou nesta quinta-feira (16) uma carta repúdio em resposta a uma matéria da Folha de S. Paulo onde cientistas defendem o contigenciamento de recursos para pesquisas em todo país.

No documento a qual o blog teve acesso, o CAEDF, representante dos estudantes de graduações e pós da Universidade, contesta a posição dos pesquisadores de apoiar corte de recursos para a área.

Segundo a matéria da Folha, um grupo de professores e pesquisadores preferiu ficar distante das manifestações na Esplanada, dia em que protestos ocorreram por todos o país contra cortes na ciência e na educação. “Infelizmente, sacrifícios precisam ser feitos para reorganizar os recursos. E o contingenciamento, que não é um corte absoluto, pode ser revertido. Não fico feliz que ele incida sobre ensino, pesquisa e extensão, mas o vejo como necessário para que o governo retome os investimentos no futuro”, afirmou Ricardo Moreno Lima, professor de educação física e pesquisador de fisiologia do exercício na UnB (Universidade de Brasília).

Confira, abaixo, a íntegra do documento da entidade que representa os estudantes.

Nota de Repúdio

O Centro Acadêmico de Educação Física da Universidade de Brasília, representante dos estudantes de graduação e pós-graduação, apesar de considerar importante e fundamental a pluralidade de ideais e a livre manifestação de pensamento, vem manifestar, por meio dessa nota, REPÚDIO ao conteúdo da matéria intitulada “O que dizem os cientistas que defendem os cortes na pesquisa do país” veiculada pela Folha de São Paulo, publicada no dia 15 de maio de 2019.

E, de modo complementar, tal nota contraria e contesta a fala do professor da Faculdade de Educação Física da Universidade de Brasília que, não obstante, não representa o pensamento da comunidade acadêmico-científica dessa faculdade. Parte da comunidade aderiu à paralisação nacional e compareceu às ruas no último dia 15 de maio. Esta, em especial, considera os cortes um retrocesso para a ampliação da qualidade da educação e, consequentemente, para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia que, não por acaso, impactam negativamente o desenvolvimento econômico, social e cultural do país.

Em tempo, ratificamos que os cortes representam um desmonte deliberado da educação superior pública e, também, uma ação voltada a amordaçar e asfixiar essas mesmas instituições. O que, em última instância, representa queda acentuada no financiamento das pesquisas, carência de recursos voltados ao custeio (limpeza, segurança, água, energia e outros), bem como restrição nas verbas voltadas aos programas de permanência e êxito dos estudantes.

Por isso, repudiamos, de modo veemente, a fala do professor e, de igual modo, os cortes que afetam as instituições federais de ensino superior.