Com reforma da previdência ameaçada, Paulo Guedes desiste de dar explicações ao Congresso

Proposta foi enviada em fevereiro e está em discussão na Comissão de Constituição e Justiça. Ministro desistiu em meio à crise de Bolsonaro com o Congresso, por medo de ficar vulnerável à críticas

Paulo Guedes (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
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Aguardado na Câmara dos Deputados para explicar a parlamentares a proposta de Reforma nas aposentadorias proposta pelo presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Economia Paulo Guedes desistiu de comparecer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na tarde desta terça-feira (26). Enviada pelo governo ao parlamento, a reforma começa a tramitar na CCJ. Conforme apurado pelo blog havia um temor entre integrantes do Planalto de que os partidos da base "aliada" ao governo promovessem um esvaziamento e pudessem deixar o ministro exposto para críticas de parlamentares oposição. Para o líder da oposição Alessandro Molon (PSB-RJ) a desistência de Guedes é muito ruim. "Ela deixa clara a insegurança do ministro em relação à proposta do seu governo. Tudo leva a crer que o ministro não está seguro dos números e das projeções que fundamentam a sua Reforma da Previdência", declarou Molon. De acordo com a assessoria do Ministério da Economia, parlamentares recomendaram ao ministro que ele não fosse à CCJ nesta terça porque não haveria relator definido para a reforma da Previdência. Nos últimos dias a crise entre Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara Rodrigo Maia se acirrou, colocando em risco a aprovação e andamento da Previdência.

A ida do ministro à CCJ estava prevista para ele dar explicações aos parlamentares sobre a reforma da Previdência.

Por meio de nota, o Ministério afirma que técnicos representarão o ministro na comissão e que ele deve comparecer à Casa assim que o relator da proposta seja escolhido.

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