Em nova derrota do governo, ministro da Educação é convocado para falar no plenário da Câmara

Abraham Weintraub falaria em comissão, mas, diante do descontentamento dos partidos, optou-se por forma diferente de sabatina

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Em uma articulação de última hora entre líderes da oposição e do Centrão e do líder do PSL, delegado Waldir (GO), o plenário da Câmara dos Deputados acaba de aprovar a convocação do ministro da Educação, Abraham Weintraub, para prestar esclarecimentos aos parlamentares contra o corte de 30% no recurso das universidades federais. Foram 307 votos a favor, 82 contra. O ministro já falaria em comissão da Câmara, mas, diante do descontentamento dos partidos com o governo Jair Bolsonaro, optou-se por uma forma diferente de sabatina. Weintraub deve comparecer à Casa em um dia de intensas manifestações no país contra os cortes de orçamento de universidades. Jandira Feghali (PCdoB-RJ), líder da Minoria, defendeu a convocação do ministro. “Nesta semana teremos obstrução total de MPs e a convocação do ministro da Educação para vir já amanhã (quarta-15)”, declarou a deputada. Alessandro Molon (PSB-RJ) também defendeu a presença do ministro em plenário. "Amanhã o Brasil estará nas ruas protestando contra os cortes na Educação. E nada mais necessário que o ministro esteja aqui no plenário para prestar esclarecimentos", avaliou. O líder do governo, major Victor Hugo (PSL-GO) orientou contra, porém pela quantidade de votos a favor da presença do ministro no plenário a orientação não surtiu efeito. Em meio à polêmica do corte de orçamento de todas as universidades federais, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, reafirmou semana passada durante audiência na Comissão de Educação do Senado Federal que não houve corte de recursos, mas contingenciamento. Na audiência ele condicionou a volta dos recursos à aprovação da Reforma da Previdência. Vale lembrar que o último ministro convocado ao plenário para prestar esclarecimentos, Cid Gomes, deixou a Casa demitido do cargo pela presidente da República, Dilma Rousseff.