Erika Kokay entra na Justiça contra Bolsonaro por censurar propaganda do Banco do Brasil

Ação publicitária do Banco do Brasil foi retirada do ar por desagradar Bolsonaro; à Procuradoria a congressista pede que o presidente seja processado por improbidade administrativa por não apresentar dados técnicos para o veto

Foto:Gustavo Bezerra
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A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) protocolou, nesta quinta-feira (9/5), representação contra o presidente Jair Bolsonaro na Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC-MPF) por veto à peça publicitária do Banco do Brasil sob a justificativa de “excesso de diversidade”. A parlamentar sustenta que a atitude de Bolsonaro de determinar, inclusive, a demissão do diretor de marketing do Banco do Brasil é um ataque à instituição. “Não foi apresentado qualquer argumento técnico, mas deixando nítido, na verdade, o caráter ideológico, discriminatório e odioso que sempre pautaram e continuam a substanciar o comportamento e as ações preconceituosas de Bolsonaro, agora, no alto cargo de Presidente da República”, diz a parlamentar, no texto da representação. Segundo informações divulgadas pela imprensa, a campanha custou cerca de R$ 1 milhão e havia sido recebida pelo mercado de forma extremamente positiva, resultando, já no dia seguinte à primeira exibição, na abertura de mais de 5 mil novas contas correntes. “Desse modo, além de preconceituosa e criminosa, a interferência indevida do Representado na gestão da instituição financeira, a partir de suas visões ideológicas retrógradas e incompatíveis com os desideratos da sociedade atual, também causaram prejuízos ao Banco do Brasil, seja em função dos gastos com a construção da peça, que não foi utilizada para os objetivos, seja em função da perda de clientes - notadamente da parcela negra da população -, que a Instituição Financeira pode sofrer, o que demonstra a temeridade da ação”, sustenta a parlamentar. A deputada pede a adoção, pelo Estado brasileiro, de medidas e providências que permitam, por intermédio da persecução penal, civil e/ou administrativa (crime de responsabilidade), a oferta de uma resposta estatal que possa punir práticas deletérias como o racismo e a homofobia.