"Impressiona a capacidade do governo em gerar crises para si próprio", avalia Gustavo Fruet sobre Bolsonaro

O congressista avalia que a única parte coesa do governo é a área militar e que caso Paulo Guedes não consiga aprovar propostas prometidas ao mercado o país entrará no cenário de imprevisibilidade

Foto: Everson Bressan/SMCS
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De volta à Brasília após oito anos longe do Legislativo, o ex-prefeito de Curitiba Gustavo Fruet (PDT-PR) avaliou ao blog que pouca coisa mudou no Congresso, a não ser um elevador novo que colocaram no Anexo quatro da Casa ou um casal com tornozeleira eletrônica que ele diz ter visto ao desembarcar no Aeroporto Internacional da Capital. "É trágico e impressionante a capacidade do governo em inventar crises. A única parte coesa deste governo é a área militar. A espinha dorsal é o Paulo Guedes, e se não der certo com ele abrirá um quadro de imprevisibilidade perigoso para o país", avalia. Segundo ele o governo Bolsonaro cresceu com uma bandeira anti-corrupção, contra o PT e pegou um cenário econômico melhor para tocar seus projetos de interesse. "Porém vejo um mesmo pessoal orbitando no mundo da Câmara. É muita gente nova querendo mostrar serviço, mas de forma muito teatral". Para Fruet o ponto fraco de Bolsonaro é não possuir inteligência emocional à altura do cargo de presidente. "Se o governo não aprova as reformas prometidas ao Mercado, passará uma ideia de extrema fragilidade, talvez até de que o governo acabou". Na sua avaliação o instrumento do impeachment foi banalizado - ocorreram dois nos últimos trinta anos. "Crises todos os países têm. Nosso objetivo é buscar saídas dentro da legalidade. Se Bolsonaro não der certo, vejo infelizmente que a tendência seria uma radicalização do discurso", diz.