Previdência sofre resistência no Congresso e Paim avisa: "do jeito que está não passa"

Paim avalia que o governo inseriu tópicos desumanos no texto com objetivo de "queimar gordura" no Congresso

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
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O senado Paulo Paim (PT-RS) reclama das regras propostas pelo governo para a Reforma da Previdência. Presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal, Paim avalia que o governo inseriu tópicos na reforma "para queimar gordura" pois do jeito que o texto foi proposto "a proposta não passa".

Insatisfeitos com diversos ítens da texto, senadores articularam o convite a Rogério Marinho, Secretário da Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, para prestar esclarecimentos à Comissão de Assuntos Sociais (CAS) da Casa.

"O conjunto da proposta é muito ruim e do jeito que está ela não passa. O governo terá que fazer um grande esforço para conseguirem aprovar no fim do ano", avaliou Paim ao blog em conversa na tarde desta quinta-feira (21).

Militante pela causa dos trabalhadores rurais e em defesa dos idosos, o congressista criticou a nova proposta para o Benefício de Prestação Continuada (BPC) de apenas R$ 400.

"A bancada do PT no Senado vai propor uma mudança por meio de emenda: 60 a 65 será bem-vindo os 400 reais; mas dos 65 pra frente, iremos propor um salário mínimo vinculado ao mesmom reajuste dado ao salário mínimo, inflação mais PIB", explicou o congressista.

O BPC é uma ajuda assistencial de um salário mínimo paga a idosos paupérrimos, cuja renda familiar é inferior a 1/4 do salário mínimo. Com a reforma da Previdência do governo, o benefício concedido será de R$ 400 para quem tiver 60 anos, e só alcançará o salário mínimo quando o idoso completar 70 anos. Hoje, quem tem a partir de 65 anos pode requisitá-lo.
O parlamentar diz que na reforma apresentada por Bolsonaro quem mais vai perder são as mulheres. "Sabemos que a atividade do campo é mais pesada. Hoje a trabalhadora rural pode aposentar aos 55, impor que elas trabalhem mais 5 anos é desumano. Acredito que o governo acrescentou esse item para ter espaço para negociar com o Congresso", avaliou.

"Mas digo e repito: como está, não passa. Vamos negociar muito para ver que tipo de reforma será aprovada até o final do ano", finalizou Paim.

Veja abaixo a entrevista completa com o senador: