R$ 40 milhões para comprar votos pró-reforma é "fisiologismo rasteiro", dizem deputados da oposição

Proposta foi feita por Onyx Lorenzoni em reunião na casa de Rodrigo Maia e confirmada por líderes de cinco partidos, além de deputados do DEM, PP, PSD, PR, PRB e Solidariedade, que não quiseram ser identificados

Rodrigo Maia, presidente da Câmara, e a líder do governo Bolsonaro, Joice Hasselmann (PSL/SP) na sessão da CCJ (Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)
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Deputados do Partido dos Trabalhadores (PT) ouvidos pelo blog nesta quarta-feira (24) avaliam como uma "vergonha" e "fisiologismo rasteiro" a decisão do governo de Jair Bolsonaro (PSL) de oferecer a parlamentares aumento nas emendas parlamentares em troca de votos pela Reforma da Previdência. "É a nova política que eles querem fazer usando os velhíssimos métodos. Compra de votos descarada", critica Carlos Zarattini (SP). O líder do partido na Câmara, Paulo Pimenta (RS), afirma que "somente um tolo para imaginar que Onyx Lorenzoni e Jair Bolsonaro pudessem ser diferente disso". Reportagem desta quarta da Folha de S. Paulo revela que, em reunião na casa do presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM/RJ), o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM/RS) ofereceu um extra de R$ 40 milhões em emendas parlamentares até 2022 a cada deputado federal que votar a favor da reforma da Previdência no plenário da Câmara. A informação foi confirmada por líderes de cinco partidos, além de deputados do DEM, PP, PSD, PR, PRB e Solidariedade, que não quiseram ser identificados. O valor representa um acréscimo de 65% nos R$ 15 milhões em emendas parlamentares a que cada deputado tem direito por ano para obras e investimentos de infraestrutura em seus redutos eleitorais. Com os R$ 10 milhões extras por ano, esse valor pularia para R$ 25 milhões.