Santos Cruz comparece à Câmara para explicar vídeo pró-ditadura divulgado pelo Planalto

O material em que celebrava a ditadura foi divulgada por uma rede de comunicação oficial do Palácio do Planalto; deputados querem que ministro explique motivos que levaram à publicização do conteúdo

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Em atendimento a um requerimento da deputada Erika Kokay (PT-DF), o ministro da Secretaria de Governo, General Carlos Alberto Santos Cruz, participa nesta terça-feira (16) de audiência na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos sobre a divulgação de um vídeo, em uma das redes sociais do Palácio do Planalto, em defesa do golpe militar de 1964. O material foi divulgado no último dia 31 de março, data em que o golpe completou 55 anos. Para Erika, o vídeo é mais um produto de marketing criado por Bolsonaro e seus apoiadores com o objetivo de espalhar fake news. “O enredo é o mesmo já espalhado pela extrema direita há anos: havia uma revolução comunista prestes a ser deflagrada no país, e que teria sido contida graças à bravura do Exército brasileiro, sempre pronto para defender a pátria com soberania e abnegação”, critica a deputada. Um empresário paulista, que se diz eleitor declarado do presidente Jair Bolsonaro, assumiu no início de abril ser o responsável pela gravação do vídeo que exalta o golpe e a ditadura militar e que foi divulgado pela Presidência da República. Segundo Kokay, as marcas daquele período ainda são cicatrizes dolorosas. "É um desrespeito para os torturados e assassinados, é um desrespeito ao bom senso e às instituições, propor a comemoração de um crime contra o Brasil, de vários crimes contra a humanidade, como é o caso das torturas”, conta. Planalto divulgou vídeo O Planalto se recusou a informar à época quem havia feito a gravação, tampouco esclareceu quem autorizou seu envio ao grupo. O vice-presidente Hamilton Mourão atribuiu a divulgação ao presidente Jair Bolsonaro, negando posteriormente. O porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, se recusou a comentar o assunto e deu a discussão por encerrada. Nesta terça o Congresso tem a oportunidade de resgatar o assunto e esclarecer as dúvidas que imperam sobre a manifestação da Presidência.