Diplomatas estão abismados com o decreto do presidente Jair Bolsonaro (PSL) que nesta segunda-feira (18) dispensou o visto para turistas dos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão que viajarem ao Brasil sem exigir nenhuma reciprocidade. No Itamaraty a reação foi imediata. Em reservado, diplomatas criticam o ministro Ernesto Araújo por ele ter deixado de analisar a nova medida à luz do 1) princípio da reciprocidade entre os países (ignorado); 2) do pragmatismo que deve orientar a ação externa do Brasil, bem como 3) da política atual de vistos do governo brasileiro.
“Mas o processo para obter visto é complicado e o norte-americano acaba desistindo de visitar o Brasil.” Isso mudou. O processo atual para cidadãos dos EUA, Canadá, Austrália e Japão é um exemplo positivo de como o Brasil flexibilizou a reciprocidade com pragmatismo.
A simplicidade e eficiência do processo atual tampouco justificam a isenção unilateral proposta por Ernesto. A medida aparenta ser mais uma tentativa de aproximação a qualquer custo dos EUA do que qualquer coisa. Por fim, vale lembrar que a decisão de viajar é influenciada não apenas pela facilidade do visto, mas por considerações como tolerância, segurança, custos e infraestrutura do destino.