Talíria Petrone rebate post machista de Eduardo Bolsonaro: "ele não está ao lado do povo"

Eduardo Bolsonaro chegou a dizer que deputadas da oposição provocam presidente da CCJ para serem "vitimizadas" pelo fato de serem mulheres

Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados
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Tendo que enfrentar diariamente posturas machistas de parlamentares no Congresso, a deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) criticou um comentário com esse teor promovido por Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) em suas redes sociais na última terça-feira (23). "As falas dele só mostram mais uma vez de que lado ele está, e não é ao lado do povo", disse Petrone ao blog nesta quarta (24). Durante a sessão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na Câmara, que aprovou a proposta governista de reforma da Previdência, o filho do presidente publicou um vídeo no Twitter e afirmou que as deputadas da oposição provocam presidente da CCJ para serem "vitimizadas" pelo fato de serem mulheres. “PT e PSOL tentam bagunçar CCJ. Não conseguiram. Repare que só as deputadas vão até o presidente, nenhum parlamentar homem vai. É tudo arquitetado, pois caso alguém caia na provocação elas se vitimizariam dizendo que foi uma ofensa contra uma mulher”, tuitou.
Perguntado pelo blog sobre o conteúdo da ofensa, Petrone afirma que Eduardo "não compreende a reforma da Previdência" e que o congressista "ignora a tripla jornada de trabalho das mulheres no mercado".
"Quanto mais tempo essa reforma tramitar, mais o povo saberá que ela é restrita e que a economia proposta vai atingir a maioria dos trabalhadores pobres", rebateu. Para Petrone o alongamento na tramitação do texto ajudará na mobilização popular contra a proposta.
Previdência avança no Congresso
A PEC 6/19 pretende reformar o sistema de Previdência Social para os trabalhadores do setor privado e para os servidores públicos de todos os Poderes e de todos os entes federados (União, estados e municípios). A idade mínima para aposentar será de 65 anos para os homens e 62 para as mulheres. Há regras de transição para os atuais contribuintes. Na última terça a CCJ aprovou a admissibilidade da Reforma abrindo espaço para que o texto seja discutido na comissão especial, etapa anterior à votação do Plenário, considerada a batalha mais difícil para o governo. Prevista para ser instalada nesta quinta, Rodrigo Maia afirmou que a instalação da comissão especial ficará para a semana que vem, atrasando em mais alguns dias o andamento da proposta no Câmara.