Vagner Freitas: "Governo Bolsonaro quer acabar com as organizações sindicais no Brasil"

Evento neste 1º de Maio em defesa da Previdência tem pela primeira vez todas centrais sindicais unificadas. Calendário de mobilização tem greve geral dia 14 e paralisação de professores no dia 15

Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados
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Contra a asfixia financeira aos movimentos sindicais, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, afirmou ao blog nesta terça-feira (30) que os ataques a movimentos sociais e aos sindicatos serão denunciados em junho à Organização Internacional do Trabalho (OIT). “O governo Bolsonaro quer acabar com as organizações sindicais no Brasil”, criticou Freitas. O dirigente da CUT desaprovou medida do Palácio do Planalto em que excluiu da Esplanada dos Ministérios o Ministério do Trabalho, responsável pela análise dos registros de sindicatos. Com os esvaziamento de movimentos sindicais, o governo Bolsonaro conseguiu uma união inédita. Pela primeira vez na história do sindicalismo nacional, todas as centrais estarão sobre o mesmo palanque nesta quarta-feira, 1º de maio, Dia do Trabalho. As medidas nas áreas da Previdência Social e trabalho encampadas pela equipe econômica do ministro Paulo Guedes provocaram também essa parceria singular. "Os jovens serão afetados de forma direta, porque o trabalhador ficará mais tempo no mercado de trabalho, o que não abrirá a possibilidade para o jovem entrar", afirma Freitas. As centrais já definiram o dia 14 de junho para realização de uma greve geral contra as reformas do governo Bolsonaro e em defesa dos direitos sociais. A data deverá ser oficializada durante o evento. Críticas a Sérgio Moro O presidente da central criticou a portaria que estabelece os procedimentos para o registro de entidades sindicais pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, sob a alça de Sérgio Moro. “O ministério da Justiça não tem nada a ver com isso”, rebateu. "Isso não é assunto deles e deveria estar a cargo do Ministério do Trabalho. É uma interferência na livre organização do trabalho. Esse governo não quer organizar os sindicatos, mas acabar com eles ou transformar o sindicato em algo sem força para defender os trabalhadores", pontuou o dirigente da CUT. Para Freitas a população “acordou” para a retirada de direitos contidas na Reforma da Previdência de Bolsonaro. “O pessoal sabe que não vai se aposentar. É o primeiro de maio unificado contra o Bolsonaro. Nunca teve algo nesse tipo, mas ele conseguiu”, concluiu.