Neymar não comete crime ao ajudar Daniel Alves. Mas, onde ficam a ética e a moral?

O craque preferiu ajudar o amigo condenado à buscar algo de relevante em sua biografia

Neymar ajudou Daniel Alves a diminuir a pena.Créditos: Reprodução Twitter Neymarjr
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A lei espanhola prevê que uma pessoa sujeita a julgamento pode pagar uma multa que diminua a pena, caso ela seja condenada. Paga antes de saber o resultado.

Como leigo, acho um absurdo. Os ricos podem pagar, os pobres, não.

Errado ou não, existe a possibilidade. Quem recorre a este expediente, não está buscando uma brecha, não está burlando ninguém, não é uma chicana jurídica. É a fria escrita da Lei.

Daniel Alves pagou 150 mil euros (aproximadamente R$ 800 mil) e viu sua pena ser fixada em quatro anos e meio, pelo estupro cometido em uma boate na Espanha.

Para ele, não é muito dinheiro. Só do São Paulo, recebe R$ 500 mil mensais pelo período em que jogou e não recebeu.

Como está preso há um ano, deve ter problema de fluxo de caixa, deve ter dificuldade em acionar sua fortuna. O fato é que recorreu ao amigo Neymar, que pagou a multa.

Tecnicamente, nada de errado.

Legalmente, tudo certo 

Como também não há nada de errado em jogar futevôlei com Robinho, outro condenado por estupro. Ou em tirar fotos com o goleiro Bruno, condenado por assassinato.

Mas, e a moral?

Ninguém pensa no que passou a mulher estuprada? No que sofre qualquer mulher estuprada? A dor física, mental, as horas de angústia, a sensação de ter sido tratada como um depósito descartável de sêmen?

Neymar poderia ter pensado nisso tudo.

Mas, se tivesse pensado, não será Neymar.

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