Decadência sem fim; Brasil perde para o Japão com gol de cabeça
Seleção faz 2 x 0 no primeiro tempo e leva três no segundo, um deles de cabeça
Enfim, chegou o dia. No 14° encontro, após onze vitórias e dois empates, enfim o Brasil perdeu pela primeira vez para o Japão. É uma queda a mais de uma seleção - futebol - que caminha para um poço que parece não ter fim. Lembremos que a vaga para a Copa foi conseguida com um sexto lugar, a pior classificação de todos os tempos.
Eu me lembrei de Zico. Em 2006, ele dirigia a seleção japonesa na Copa e lamentava que os adversários sempre utilizavam o jogo aéreo para levar vantagem. Pois bem. O Japão evoluiu. Ganhou todas as disputas pelo alto no final do jogo. E ainda fez um gol de cabeça, algo impensável até agora.
Tóquio fica a 2 mil metros acima do nível do mar, então a desculpa da altitude não cabe. Fica reservada para a próxima derrota contra a Bolívia em El Alto ou La Paz.
Carlo Ancelotti escalou um time bem diferente do que aquele que goleou a Coreia há poucos dias. Casemiro, Vinícius Jr e Bruno Guimarães eram os remanescentes. E o time fez um bom primeiro tempo, contra um Japão ancorado em cinco defensores e tentando escapar pela esquerda. Bruno Guimarães achou espaco e Paulo Henrique marcou aos 26 minutos. E, aos 32, a cavadinha de Paquetá achou Bruno Martinelli, que fez o segundo.
O Japão, sem outra alternativa, passou a atacar. E o Brasil terminou o primeiro tempo dando a impressão que merecia menos. Havia uma onda japonesa que trazia apreensão.
A onda virou tsunami. Tudo começou com Fabrício Bruno. Tinha a bola dominada, errou o passe, caiu de bunda no chão como Diego Hipólito na Olimpíada de Londres e mandou a bola até Minamino, que teve tempo de dizer arigatô antes de marcar, aos sete minutos.
Aos 12 minutos, Ancelotti começou a trocar. Colocou Rodrygo (Martinelli), Matheus Cunha (Vinícius Jr) e Joellinton, o Inexplicável em lugar de Bruno Guimarães. Cinco minutos depois, uma inversão de jogadas, o chute cruzado de Nakamura e o gol contra de Fabrício Bruno. A súmula presenteou Nakamura. 17 minutos.
Veio o alívio com gol de Matheus Cunha. Impedido. Anulado. E só dava Japão. E a virada veio aos 26 minutos. Escanteio e Ueda se antecipou a Beraldo. Gol do Japão. Gol de cabeça. Gol de cabeça do Japão.
E os japoneses continuaram mandando no jogo por um tempo. Até que o Brasil conectou a pressionar, com cruzamentos, principalmente com Estevão. Nada adiantou.
Os números mostram que o Brasil teve 67% de posse de bola e chutou oito vezes ao gol. O Japão, com 33%, chutou 15 vezes.
As experiências devem parar, a não ser pela busca de bons laterais. É preciso ter uma base e trabalhar a partir dela. A subida do poço precisa começar logo. Faltam oito meses para a Copa.