Racismo em jogo sub-12 é prova da falência moral da sociedade
Mulher vai presa após praticar racismo contra jogador de onze anos de idade
"Preto, filho da puta, sem família. Vai tomar no cu", foram as ofensas de uma mulher que estava, em Guaratinguetá, vendo o jogo entre Corinthians 5 x 1 Manthiqueira. Racismo. Mais um caso de racismo, como tantos outros. Só que não. É muito mais abjeto. O jogador do Manthiqueira vítima das ofensas tem onze anos de idade.
Foi dessa maneira - praticando esporte, junto com amiguinhos, talvez sonhando com um futuro glorioso - que a realidade brasileira lhe deu um soco na cara. Não, ele não é igual aos outros. Ele é preto. E, por ser preto, só pode ser sem família, um reles filho da puta. Aprendeu, em momento de alegria, que o mundo só lhe reserva tristezas.
Caiu. Sentiu no chão e...chorou. Uma criança não deve chorar. Uma criança praticando futebol só deve chorar pelo placar adverso - no caso, 5 x 1 - e não por ser vítima de racismo.
O árbitro Guilherme Drbochlaw cruzou os braços, conforme manda o protocolo anti-racismo. O menino, amparado, deixou o campo chorando. A ofensora foi para a cadeia. A Federação soltou uma nota.
E nós rompemos uma barreira. Praticamos racismo contra nossas crianças.
É o fim.
Tomara!
Duvido.