Mediocridade

Filipe Luís é igual a Abel. Só muda o rabo de cavalo

Os dois principais treinadores em atividade no Brasil não pensam em melhorar em nosso futebol, se contentam apenas em reclamar e apontar teorias de conspiração

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Meu nome é Luís Augusto Símon, mas pode chamar de Menon. Sou jornalista há 38 anos e antes eu sonhava em ser jornalista.
Filipe Luís é igual a Abel. Só muda o rabo de cavalo
Filipe Luis repete mesmos erros de Abel Ferreira. Reprodução Instagram

Que o nível dos dirigentes do futebol brasileiro é ruim não é novidade alguma. Não estão à altura da grandeza de nossos clubes. Eu defendo a tese que, se a cada venda de jogador brasileiro o clube comprador fosse obrigado a levar um cartola, logo a Europa futebolística entraria em crise. 

Vivemos de vender revelações e de repatriar veteranos. E atualmente, contratamos jogadores da América do Sul pelos quais a Europa não se interessou. A gente merece mais.

Por isso, é frustrante perceber que pessoas com jeito diferenciado na verdade são mais do mesmo. Estão prontos para serem aceitos como integrantes do Grande Museu de Velhas Novidades do Futebol Brasileiro.

Abel Ferreira, por exemplo. Um europeu. Trouxe ideias sobre calendário e escreveu um livro. Importante deixar registrado seu método vencedor. Seria ótimo de Minelli, Luxemburgo, Parreira. Felipão e outros tivessem feito o mesmo..

Mas, em campo, ou à beira de campo, Abel tem um comportamento horrível. Pressiona, ofende, não dá sossego à arbitragem. Reclama de tudo e nunca aceita que houve erro a favor de seu time. Ele daria uma contribuição enorme se um dia dissesse algo do tipo: "realmente, hoje nós fomos favorecidos, como muitas vezes fomos prejudicados. O nível da arbitragem é ruim e tenho algumas sugestões a fazer".

Não, ele não acrescenta nada. E se cala - o que pode ser considerado um aval - quando seu auxiliar diz que o sistema está prejudicando o Palmeiras, que não pode ser campeão novamente.

Outra figura que parecia moderna é Filipe Luis. Decepção. Moderno como embalagem de Maizena.

Saiu cedo do Brasil, fez carreira toda na Europa, voltou e poderia trazer sugestões de gerenciamento futebolístico ou de como melhorar a arbitragem.

Nada disso. Está se transformando em uma das mas estridentes vozes a endossar a narrativa de que há um esquema para ajudar o Palmeiras. Poderia ter defendido a aceitável tese de que o empurrão de Jorginho em Gómez não configurou força exagerada e, por isso, não seria pênalti. Em seguida, poderia defender uma padronização das decisões dos árbitros, mas não. Preferiu ser irônico: "o Palmeiras não pode reclamar de arbitragem". Na semana anterior, disse que os erros são 80% a favor do Palmeiras.

Revelou-se, como Abel, defensor da tese que, como erva daninha, toma conta do nosso futebol há tanto tempo: "farinha pouca, meu pirão primeiro".

E assim, a mediocridade se fortalece.

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